Nesta segunda (13), Moradores da Lagoa Encantada afetados pelas chuvas cobram auxílio financeiro prometido por governo e prefeitura.
Por Lilian Oliveira e Priscilla Aguiar, TV Globo e g1 PE
Lagoa Encantada, no bairro do Ibura, na Zona Sul do Recife — Foto: Reprodução/TV Globo
Quase 40 mil moradores de Pernambuco ainda estão fora de casa após as tempestades que atingiram áreas do estado, no fim de maio e começo de junho. Segundo a Coordenadoria de Defesa Civil (Codecipe), há 7.081 pessoas em abrigos e 32.301 nas residências de parentes e vizinhos.
O balanço da Codecipe mais recente foi divulgado na sexta (10) e confirmado nesta segunda (13). Os temporais também deixaram 129 mortos e 37 cidades em situação de emergência.
Nesta segunda (13), moradores da Lagoa Encantada, no bairro do Ibura, na Zona Sul do Recife, protestaram e cobraram o auxílio financeiro prometido pelo governo de Pernambuco e pela prefeitura do Recife.
Na quinta (9), o governo instituiu o pagamento de R$ 1,5 mil a desabrigados e desalojados que vivem em situação de extrema pobreza e uma pensão vitalícia de um salário mínimo a dependentes de pessoas que morreram na tragédia.
Também foram promulgadas no Recife duas leis municipais que instituem auxílios para quem perdeu as casas ou móveis e outros pertences nas chuvas.
Moradores fazem protesto na Avenida Dois Rios, no Ibura
No protesto, os moradores de Lagoa Encantada cobraram também ações definitivas para dar segurança a quem vive nos morros (veja vídeo acima).
O carteiro Carlos Assunção mora em uma área de risco e chegou a sair de casa, mas não tinha onde ficar e voltou, mesmo com medo.
“Quando tiver chovendo, segundo a Defesa Civil, não é bom ficar. Que pode haver deslizamento de barreira. Espero que o poder público olhe para a gente. Há 35 anos, eu moro aqui e só tem promessa de fazer os muros de proteção às barreiras e até agora nada”, afirmou.
O aposentado Antônio Felipe Dias teve a casa interditada pela Defesa Civil após um deslizamento de barreira. Agora, está com a esposa, o filho e a nora na casa de familiares. Não sabe como vai ser daqui para frente.
“Eu estou na casa da minha mãe, no Ibura de Baixo, tanto eu quanto a minha família e a minha irmã, que teve a casa derrubada. Resumindo, tinha 12 pessoas lá morando”, disse.
A autônoma Sandra Marinho também foi afetada pelas chuvas. “Perdi duas geladeiras, o aparelho de som do barzinho que eu fiz com minha filha. Estamos tristes. É muito ruim você ter sua casa alagada, acordar e acabou tudo. A gente sonhou tanto pra construir e o sonho acabou”, disse.
Enquanto a solução não chega, as doações amenizam o sofrimento. “É o que a população estava precisando, depois de tanta enchente, de todo mundo perder tudo. Eu perdi tudo em minha casa. Só se salvou o que estava pendurado nas paredes. O resto acabo na água”, afirmou o auxiliar mecânico Wellington Moura.
O que dizem prefeitura e governo
O governo de Pernambuco informou, por nota, que está cadastrando os dependentes das pessoas que morreram em decorrência das chuvas e que, só quando este processo acabar, vai ser possível estabelecer o calendário de pagamento da pensão vitalícia no valor de um salário mínimo.
A Prefeitura do Recife disse, também por nota, que cerca de 20 mil famílias vão receber o auxílio emergencial e que vai divulgar na terça (14) o data do início do pagamento.