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Professores decidem entrar em greve por tempo indeterminado em PE

10/04/2015 

Docentes da rede estadual decidiram cruzar os braços nesta sexta-feira.
Categoria cobra reajuste de 13,01%; paralisação deve afetar 650 mil alunos.

Do G1 PE

Durante os discursos, a maior parte dos professores defendeu a deflagração da greve, apoiada por alunos (Foto: Luna Markman/G1)Durante os discursos, a maior parte dos professores defendeu a deflagração da greve, apoiada por alunos (Foto: Luna Markman/G1)

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe) decretou, na tarde desta sexta (10), greve por tempo indeterminado na rede estadual de ensino. Os professores decidiram cruzar os braços em assembleia tumultuada no Clube Português, nas Graças, Zona Norte do Recife. A categoria, formada por 49.816 profissionais, cobra reajuste de 13,01% nos salários. O governo estadual enviou projeto, aprovado pelos deputados, para pagar o aumento apenas a professores com ensino médio (antigo magistério), o que corresponde a menos de 10% da categoria. A paralisação deve deixar cerca de 650 mil estudantes sem aula. A Secretaria Estadual de Educação foi procurada, mas ainda não se pronunciou sobre o movimento.

Durante a assembleia, os docentes marcaram um novo encontro para 17 de abril e decidiram sair em passeata pelas ruas da região. Eles fecharam um trecho da Avenida Agamenon Magalhães, no sentido Olinda-Recife. A via foi bloqueada na altura da Rua Doutor Bandeira Filho, mas já foi liberada.

Após assembleia, docentes saíram em passeata e fecharam um trecho da Avenida Agamenon Magalhães, no sentido Olinda-Recife. Via já foi liberada (Foto: Luna Markman/G1)Após assembleia, docentes saíram em passeata e fecharam um trecho da Avenida Agamenon Magalhães, no sentido Olinda-Recife. Via já foi liberada (Foto: Luna Markman/G1)

A discussão na assembleia começou por volta das 15h30. A proposta do Sintepe era realizar novas paralisações pontuais nos dias 15, 22 e 29 de abril, com atos públicos em todo estado até o fim do mês. No entanto, durante os discursos, a maior parte dos professores defendeu a deflagração da greve, apoiada por alunos que seguravam cartazes pela valorização dos magistrados.

“A categoria, por ampla maioria, decidiu a greve por tempo indeterminado. Havia uma discussão entre nós sobre o formato da greve, mas a insatisfação é muito grande, porque o governo descumpre a legislação, nega uma prática que vinha sido adotada pelo Estado desde 2011. Temos atividades até quinta [16] e, na sexta [17], teremos nossa assembleia para definir os rumos do movimento”, explicou o presidente do Sintepe, Fernando Melo.

Ele acrescentou que a primeira paralisação de 48 horas, ocorrida nos dias 24 e 25 de março, teve adesão de 90%. Na segunda paralisação pontual, realizada na quarta (8) e na quinta (9) dessa semana, a adesão foi de 70%.

Através de nota, o Governo do Estado “reafirma o compromisso de pagar o piso salarial dos professores, com a aprovação da Lei 15.465 de 08 de abril de 2015, conforme determinação do Ministério da Educação (MEC)”.

O texto do executivo ressalta ainda que o cumprimento do piso nacional é retroativo a janeiro  e que o governo segue negociando com o Sintepe para estabelecer percentual reajuste para os professores com nível superior “e que será aplicado a todos os níveis da carreira”.

Por fim, a nota oficial do governo critica a decisão da greve e diz que o Sintepe rompeu o diálogo, prejudicando o ano letivo. “Diante desse fato, o Governo de Pernambuco manifesta intenção de continuar negociando, porém não haverá negociação até que haja suspensão da paralisação e consequente retorno ao trabalho”, finaliza.

 

Sintepe pede valorização da educação no estado (Foto: Luna Markman/G1)Sintepe pede valorização da educação no estado (Foto: Luna Markman/G1)

Alunos participaram de assembleia dos docentes (Foto: Luna Markman/G1)Alunos participaram de assembleia dos docentes (Foto: Luna Markman/G1)
Professores exigem reajuste para toda a categoria; governo garante aumento para só quem tem o antigo magistério (menos de 10% dos profissionais) (Foto: Luna Markman/G1)Professores exigem reajuste para toda a categoria; governo garante aumento para só quem tem o antigo magistério (menos de 10% dos profissionais) (Foto: Luna Markman/G1)
Alunos da rede estadual mostraram cartazes apoiando docentes (Foto: Luna Markman/G1)Alunos da rede estadual mostraram cartazes apoiando docentes (Foto: Luna Markman/G1)

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