28/04/2015
Presidente disse que medidas de ajuste são ‘conjunturais e necessárias’.
Ela disse também que empresas são ‘bem-vindas’ para abrir fábricas.
A presidente Dilma Rousseff defendeu nesta terça-feira (28), durante a inauguração de uma fábrica de automóveis em Goiana (PE), as propostas de ajuste fiscal do governo. Desde o início do ano, o Executivo tem adotado medidas para reduzir gastos e reequilibrar as contas públicas.
Entre essas medidas, estão duas medidas provisórias enviadas pelo Planalto ao Congresso Nacional que alteram o acesso da população a benefícios trabalhistas e um projeto de lei que trata da desoneração da folha de pagamento das empresas.
“Os ajustes são conjunturais, necessários e nós estamos determinados a implementá-los e, conjuntamente com eles, a incrementar as condições para garantir a expansão não só da nossa infraestrutura, mas também do mercado e da indústria automobilística neste momento”, declarou a presidente.
Em outros eventos ao longo dos últimos meses, a presidente também defendeu o ajuste fiscal em seus discursos. Em março, por exemplo, ao entregar unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida em Araguari (MG), Dilma afirmou que as medidas irão garantir a continuidade de programas sociais.
Na Cúpula das Américas, no início deste mês, no Panamá, Dilma também afirmou que o o governo tem feito “grande esforço de ajuste fiscal” e fará “tudo o que for possível” para o país retomar o crescimento econômico.
Durante o discurso, a presidente disse que, para o Brasil crescer e se tornar “forte”, as regiões e os estados também precisam ser “fortes” na economia. Em uma fala que durou cerca de 20 minutos, Dilma disse que as empresas são “bem-vindas” no país para abrir novas fábricas ou ampliar as que já existem.
funcionários de uma fábrica de automóveis em
Pernambuco (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)
“Gostaria de dizer que o Brasil vai continuar trabalhando para criar um ambiente de negócios cada vez mais favorável para a indústria brasileira em geral, e para a indústria automobilística também. Falo de todas as empresas que escolheram e escolhem o Brasil. Todas as empresas são bem-vindas, seja para instalar fábricas ou expandir as unidades já existentes”, afirmou.
Em curta fala sobre a Petrobras, a presidente voltou a afirmar que a estatal brasileira “está virando uma página sobre a questão da Operação Lava Jato”. Dilma já havia feito esta declaração na semana passada, após a empresa divulgar o balanço auditado de 2014.
Ajuste trabalhista’
Após se reunir nesta terça com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, o presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros (PMDB-AL), o ajuste fiscal de “ajuste trabalhista“, ao se referir às medidas provisórias que alteram o acesso da população a benefícios como seguro-desemprego, pensão por morte e seguro-defeso.
“Esse ajuste não é um ajuste fiscal, ajuste fiscal tem que cortar no Estado. Esse é um ajuste trabalhista, e, como ajuste trabalhista, a presidente está tendo dificuldade de falar no 1º de maio, porque a conta não pode ir para o trabalhador”, disse o peemedebista. No evento em Pernambuco, Dilma não comentou as declarações de Renan.