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Ainda assim, diversos líderes europeus fizeram alertas, dizendo que o “não” significaria uma decisão de deixar a zona do euro.
Após celebrações dos partidários do “não” no centro de Atenas na noite do domingo, a segunda-feira começou com a renúncia do ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis. Ele justificou sua decisão indicando que “alguns membros da zona do euro e seus parceiros” preferiam que ele saísse das negociações.
Então, o que podemos esperar agora? Os gregos continuarão usando o euro ou terão de abandonar a moeda única? Ou há ainda a possibilidade de um novo acordo?
Há pelo menos três possíveis cenários:
Cenário 1 – Saída da Grécia da zona do euro
Essa é vista por muitos como a opção mais provável, mesmo após Tsipras ter dito que o resultado não significava uma ruptura com a Europa.
O problema é que muitos de seus colegas europeus viram o plebiscito como o fim do caminho – e acreditam que é chegada a hora de uma decisão rápida.
Ministros alemães, assim como líderes da Itália e da França, interpretaram a votação como um referendo sobre permanecer ou não com o euro.
O vice-chanceler alemão, Sigmar Gabriel, disse, no domingo à noite, que o premiê grego havia “queimado as últimas pontes entre a Europa e a Grécia que poderiam levar a um acordo”.
Há diversas reuniões marcadas para os próximos dias entre líderes e ministros da zona do euro, mas o clima não é de otimismo.
O presidente do Eurogrupo (que reúne os ministros das Finanças dos países que usam o euro como moeda), Jeroen Dijsselbloem, disse que, “para recuperar a economia grega, reformas e medidas difíceis serão inevitáveis” e que o grupo “aguarda pelas iniciativas das autoridades gregas”.
A premiê polonesa, Eva Kopacz, disse que o referendo foi “um provável novo estágio em direção à saída de Atenas do Euro”.
Cenário 2 – Colapso dos bancos gregos
Outra grande incógnita nesses acontecimentos é o futuro dos bancos gregos, que foram fechados em 29 de junho.
O governo grego prometeu que uma vitória do “não” levaria à reabertura dos bancos, na terça-feira. Mas o Banco Central Europeu não deve abrir a torneira do apoio financeiro que dá aos bancos gregos – e a sobrevivência dos bancos é uma questão de dias.
Uma das opções é os bancos reabrirem com uma moeda paralela até a reimplantação da antiga moeda grega, o dracma.
Por outro lado, a situação de queda livre da economia grega pode persuadir os europeus a recapitalizar o sistema bancário do país. Mas isso traria consequências políticas para outros países da zona do euro, como a Espanha, onde há turbulentas disputas políticas sobre o implemento de medidas de austeridade.
Mas muitos são contra a novas injeções de dinheiro aos bancos gregos, especialmente após o calote da dívida ao FMI, e com “recados” de autoridades: “A rejeição das reformas pelos gregos não pode significar que eles vão obter dinheiro mais facilmente”, disse o ministro das Finanças da Eslováquia, Peter Kazimir.
Cenário 3 – Líderes europeus entram em acordo e evitam o colapso bancário
Parece pouco provável, mas o premiê grego já forneceu detalhes sobre um novo acordo e novas reformas, que não seriam tão distantes das propostas pelos credores.
Tsipras não quer apenas mais dinheiro. Nas mesas de negociações, ele também estará armado com um relatório do FMI, publicado três dias antes do plebiscito, que diz que a Grécia precisa de um considerável perdão da dívida e também de 50 bilhões de euros nos próximos três anos.
Além disso, para os bancos serem recapitalizados, a Grécia precisaria de acesso ao fundo permanente de resgate da zona do euro, que oferece taxas de juros mais baixas e termos de pagamento facilitados. Mas a essa altura, é difícil de se imaginar essa possibilidade.