A você meu amigo.
O seu sorriso puro e inocente, as suas perguntas mais puras ainda e que me faziam sorrir, as suas gargalhadas quando me perguntava se já estava rico, as suas teorias e pensamentos tão ingênuos, os seus gestos, palavras e modos de viver tão humildes, me fizeram seu amigo e sentia o quanto gostava de mim e das nossas conversas sempre aos finais da tarde, quando esperava Você, meu amigo pastor, chegar pastorando o seu rebanho, com tanto amor, zelo e carinho.
Me…us olhos já não podem contemplar a tua face, e nesse momento dificultam a escrita, por ficarem marejados.
A minha homenagem a você meu amigo, será buscar a justiça mais dura, mais implacável, mais virulenta possível, contra os covardes que ceifaram sua vida, que te arracaram de nós.
Já tive embates fortes e nunca fugi ao bom combate, más te confesso que desde ontem não descancei e não darei trégua aos famigerados bandidos que derramaram o seu sangue.
Seu ciclo se encerrou ontem meu amigo, o meu começou. O da sede desmedida e sem precedentes pela busca efetiva por justiça, e ela se fará, aqui nesta comarca ou em nossas mais altas cortes, eu levarei de forma destemida o teu padecimento, a minha dor, a revolta dos que não se conformam com a violência que virou o cancer do nosso país, do nosso Estado, desse pedaço de chão que você tanto amava e ao qual dedicou sua existência.
Vou as salas de audiências, vou aos confins dos limites, se é que estes ainda existem, e vou me doar como nunca antes, a esta que será a minha grande causa, maior que todas as que já enfrentei no tribunal do júri ou nas instruções criminais, vou lhe fazer justiça meu querido amigo, meu irmão em Cristo. E aos que me perguntarem como tantas vezes já ouvi, o senhor não tem medo?, responderei como sempre: tenho sim, da desonra. Minhas preces nesse instante, é “a você meu amigo”.
Fonte: Face do Dr. João Prudêncio/ para o pesqueirafuxico.com