Vejo, no dia a dia, nossos corações embevecidos de simpatia ofertando atenção a todos os que nos buscam fora do círculo doméstico, enquanto dentro das paredes do convívio familiar esquecemos de oferecer o sorriso que pode modificar as intenções daqueles que partilham o mesmo ambiente.
Vejo, no dia a dia, nossas inúmeras demonstrações de carinho diante dos amigos, fora da herança consanguínea, que nos pedem entendimento, enquanto dentro das paredes do convívio familiar criaturas morrem, padecendo na dor silenciosa, pedindo, através do olhar, uma manifestação de boa vontade, implorando que paremos e as escutemos.
Vejo, no dia a dia, nosso esforço contínuo na busca de modificação do clima interior negativo, causado por situações de horas que passaram, para recebermos com mais alegria aqueles que chegam, de fora dos laços de família, enquanto, dentro das paredes do convívio familiar, permanecemos por tempo indeterminado construindo e nos nutrindo de pensamentos poluidores de ambiente, distanciando-nos, desta forma, das práticas saudáveis que fortalecem os laços de compreensão.
Em suma, os de fora são dádivas de Deus que merecem todos os esforços de nossa parte para alcançá-los com suavidade, carinho e dedicação, para a construção de uma família universal mais harmoniosa, mas dentro das paredes do convívio familiar está nossa necessidade de aprimoramento, resgate e aprendizado.
Se os de fora nos trazem horas de alegria, são os de dentro que nos eternizarão na capacidade de sermos plenos no sentimento chamado amor, remédio precioso para todas as doenças existentes em nós.
Emesson Torres