Foram tempos difíceis, muita gente morreu para que hoje possamos gozar desta Liberdade Democrática (da nossa livre expressão de opinião). Naquela época os jovens tinham um objetivo comum, o de não aceitar a Repressão da Liberdade das Pessoas. E com esta mentalidade reagiram de maneira organizada e com muita coragem. Alguns grupos se organizaram de forma armada, pois esta era a única linguagem que o opositor (o Governo Militar) entendia e respeitava. Jovens que nunca pensaram em pegar em armas precisaram usá-las para sequestrar Embaixadores e libertar vidas (de companheiros) que estavam presos sofrendo tortura e ameaçados de morte. Para isso tiveram que levantar fundos e adquirirem armas para manter a luta organizada contra a tirania. A ditadura era muito forte e não permitia grupos de pessoas reunidas em conversas, para ela tudo era uma ameaça popular ao poder e partir de 05 (cinco) amigos (as) unidos já era uma afronta ao Governo e motivo de alerta ou de prisão. Portanto, para que a nossa liberdade fosse conquistada os nossos estudantes chegaram a arriscar suas vidas em “assaltos a bancos” (para conseguir capital de manutenção dos grupos armados) e até sequestraram Embaixadores de países como Estados Unidos, Alemanha e Suíça, para pedirem o resgate de mais de 115 vidas que estavam nas mãos dos Ditadores. Era assim o quadro em que vivia a jovem Dilma (hoje atual presidente do Brasil). Vale apena assistir a esta palestra, ela poderá ajuda-lo a entender o contexto político atual em que estamos e as dificuldades enfrentadas por uma presidente que veio do meio destes jovens Heróis Nacionais. Hoje somos livres de tudo isso graças a ações de coragem destes companheiros no passado. Fica a Pergunta… se a Dilma fez parte de todo este processo de libertação do País, arriscando a sua própria vida, será mesmo, que depois de toda esta luta travada, a intenção da nossa Presidente é mesmo a de afundar o País em um caos? Convido-o a refletir sobre este assunto após assistir a esta palestra do Dr. Bartolomeu, que mostra toda uma propaganda enganosa da época, inclusive, das manchetes de Revistas famosas que ajudavam a distorcer a realidade das atrocidades cometidas pela Ditadura Militar, porque muitos foram mortos para que eu e você pudéssemos Pensar e Questionar um pouco mais sobre o contexto político e social no qual nos encontramos agora.
Francisco Mendes Galindo / Pesqueirafuxico.com/
Videos da Palestra do Dr. Bartolomeu:
Afinal, o sequestro do embaixador dos EUA foi um ato heróico ou vil?
Afinal, o sequestro do embaixador dos EUA foi um ato heróico ou vil? – Política – JB Wiki – Jornal do Brasil
Afinal, o sequestro do embaixador dos EUA foi um ato heróico ou vil?
Publicado em 04/09/2009 pelo(a) Wiki Repórter Júlio Ferreira, Recife – PE
Há quarenta anos, no dia 04/09/1969, em plena ditadura militar, terroristas de um autodenominado Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8), formado por antigos dissidentes do PCB, do qual participavam, entre outros, o atual deputado federal Fernando Gabeira e o hoje ministro Franklin Martins, responsável pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, sequestraram o embaixador norte-americano no Brasil, Charles Elbrick.
A espetacular ação, como normalmente acontecia com as ações terroristas da época, foi empreendida muito mais na base do entusiasmo do que da rígida obediência a esquemas e planejamentos, e tinha como objetivo principal garantir a possibilidade de troca do refém por alguns presos políticos que padeciam nos porões do DOPS (Departamento de Ordem Social e Política), em diversos Estados brasileiros. As negociações, apesar de extremamente tensas, inclusive por conta do gigantesco artefato de repressão colocado nas ruas para encontrar o esconderijo dos seqüestradores, acabaram sendo concluídas com êxito, proporcionando a liberdade para os 15 presos que faziam parte da lista divulgada pelos terroristas, entre os quais estavam José Dirceu, Luiz Travassos, Ricardo Zarattini, Vladimir Palmeira e Gregório Bezerra.
SEQUESTRO DO EMBAIXADOR ALEMÃO LIBERTOU 40 PRESOS POLÍTICOS DOS CENTROS DE TORTURA | Documentos Revelados
O Opala azul com o embaixador foi para o local do transbordo, onde os 3 militantes esperavam numa Kombi verde-claro, chegando ao local eles colocaram o embaixador numa caixa de madeira e o levaram para o aparelho, na rua Juvêncio de Menezes, nº 535 no bairro de Cordovil, Rio de Janeiro.
As 21:00h a Kombi chegava ao aparelho, quem dirigia era Mauricio Guilherme, que estava muito nervoso e cometeu diversas barbeiragens no caminho do transbordo até o aparelho, inclusive dando uma raspada num ônibus, Eduardo Leite, chamava a sua atenção o tempo todo e mandava ter calma, mais não adiantou muito não, segundo Alfredo Sirkis ele era bem barbeiro mesmo, porém um militante aguerrido. No aparelho esperavam Teresa Ângelo e Manoel Henrique Ferreira, chegaram ao aparelho descarregaram a “mercadoria” e entraram no aparelho, e lá ficaram: Gerson Theodoro, Alfredo Sirkis (para servir de intérprete), Eduardo Leite, Manoel Henrique e o embaixador.
SEQUESTRO DO EMBAIXADOR ALEMÃO LIBERTOU 40 PRESOS POLÍTICOS DOS CENTROS DE TORTURA | Documentos Revelados
Participaram da ação vários militantes, a sua maioria foi morta pela repressão, com destaque para a morte de Eduardo Leite, que foi uma das mais cruéis cometidas pela repressão, isso já foi assunto de outro artigo que escrevi há alguns dias.
Escrevemos sobre essa ação para poder informar você querido leitor, de que o nosso país, teve pessoas das quais podemos nos orgulhar, pessoas que lutaram por um ideal, viveram por um ideal e morreram por um ideal. O vencedor da guerra todos nós sabemos quem foi, mais essa batalha a esquerda ganhou de lavada.
Os 40 presos estavam livres das prisões e das torturas, mais ficaram 9 anos afastado de sua pátria, alguns deles retornaram somente em 1979 na anistia. Eu nem tento imaginar o que esses 40 companheiros passaram no exílio, de certo que sofreram bastante, porém o certo é que eles nos deram uma grande lição ao lutarem por um Brasil livre.
E no sequestro, o embaixador suíço quase esqueceu o cigarro – Zonacurva
O embaixador suíço Giovanni Enrico Bucher foi sequestrado pela VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) na rua Conde de Baependi, bairro das Laranjeiras, no Rio de Janeiro, em 7 de dezembro de 1970.
Como era a Dilma que lutou durante a ditadura? Companheiros da época respondem
Rayder Bragon
Do UOL, em Belo Horizonte
- AP/Arquivo Público do Estado de São Paulo
- Foto da então estudante Dilma Rousseff quando foi presa durante a ditadura militar
A presidente Dilma Rousseff foi descrita como tendo sido uma militante “disciplinada e dedicada”, além de ter demonstrado “grande capacidade de liderança” durante o período em que integrava os quadros da organização Colina (Comando de Libertação Nacional), grupo que lutou contra a ditadura e que tinha aparelhos (esconderijos) em Belo Horizonte.
A descrição do perfil da então estudante Dilma Rousseff foi apresentada por Jorge Nahas, 67, e por Fernando Pimentel, 63, ex-ministro da pasta de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, em entrevistas ao UOL. Ambos participaram ao lado de Dilma na luta contra a ditadura como militantes, entre outras organizações, no Colina. Em 1969, Nahas tinha 23 anos e estudava medicina na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já Pimentel, com 17 anos, era aluno do Colégio Estadual Central, localizado na capital mineira e onde a presidente também estudou.
Do golpe à prisão
Ex-marido relembra a luta contra a ditadura ao lado de Dilma
Foto: Arte/UOL
“Ela sempre foi um quadro destacado, uma pessoa com qualidades, dedicada, muito disciplinada no que fazia, muito diligente e entregue à luta. Ela se aplicava muito nas tarefas”, afirmou Nahas.
Por sua vez, Pimentel contou que Dilma “sempre teve grande capacidade de liderança”. “Era aplicada, estudiosa e determinada. Sempre demonstrou coragem e inteireza moral na militância e na prisão”, escreveu Pimentel em e-mail para a reportagem do UOL.
Nahas disse ter integrado uma célula da Colina idealizada para o embate armado contra as forças de repressão. Já Dilma seria de outra vertente da organização. “Nossa intenção era partir para um enfrentamento armado. Nós advogávamos a resistência armada à ditadura através da guerrilha rural e da guerrilha urbana”, disse Nahas. “A ditadura não te dava brecha. Ou você radicalizava ou então se submetia ao regime”,completou.
Em um período de polarização entre a esquerda e a direita, faça suas escolhas e veja como você passaria pelos 21 anos da ditadura no Brasil
“Dilma não pegou em armas”
Os dois, no entanto, afirmam que Dilma não pegou em armas. Segundo Jorge Nahas, a então estudante Dilma Rousseff participava de trabalhos denominados de “agitação de massas”. “Ela coordenava trabalhos de agitação de massas, como dizíamos na época. Ela tinha trabalho voltados para os movimentos estudantis e operários. Ela também participava de uma imprensa clandestina, nós tínhamos um jornalzinho que era distribuído nas portas das fábricas e entre os estudantes”, disse Nahas.
Pimentel relembrou os riscos que ele e a presidente corriam na época. O ex-ministro classificou o período como o “mais pesado” da ditadura. “Como é sabido, aquele foi o período mais pesado da ditadura militar, os chamados “anos de chumbo”. Os direitos civis tinham sido extintos com o AI-5 (Ato Institucional nº5) e a tortura, as mortes e os desaparecimentos eram prática constante da repressão política. A militância era arriscada, tensa. Sabíamos desse risco, mas fizemos a opção pelo enfrentamento da ditadura. Aliás, boa parte da juventude brasileira se engajou nessa luta, com graus diferentes de envolvimento”, descreveu.
Rayder Bragon/ UOLJorge Nahas, 67, ex-integrante do Colina e que foi companheiro de luta de Dilma
Jorge Nahas relembra episódio que culminou com a entrada da presidente na clandestinidade. No início da manhã de 29 de janeiro de 1969, a polícia localizou e estourou um aparelho da Colina localizado no bairro São Geraldo, em Belo Horizonte. Segundo Nahas, houve intenso tiroteio no local. Em decorrência do embate, dois policiais foram mortos.
“Foi uma ação mal conduzida pela polícia. A gente reagiu e dois policiais acabaram sendo mortos. A gente ia ser imediatamente assassinado ali, mas houve uma ação do chefe da diligência que impediu o massacre. Porque seria um massacre, nós já estávamos rendidos”, disse ele.
Nahas relembra que o episódio representou o início do périplo de Dilma na clandestinidade. “Ela iria ser presa porque eles já tinham chegado, de alguma maneira, ao nome dela e estavam de vigília no endereço da família dela em Belo Horizonte. Muito espertamente, ela e o marido perceberam e conseguiram burlar essa vigilância e fugiram. A partir desse momento, ela entrou para a clandestinidade”, relembrou.
Ele afirmou que o grupo acreditava ter se escondido em um aparelho que dificilmente seria rastreado pela polícia. “Tinham sido presos anteriormente um ou dois companheiros. Nós suspeitávamos que eles já estavam no nosso rastro. A gente tinha três aparelhos e nos concentramos, éramos oito pessoas, no terceiro aparelho, achando que a polícia não chegaria lá”, relembrou.
Na véspera, a célula da qual Nahas fazia parte assaltou duas agências bancárias na cidade de Sabará, localizada na região metropolitana de Belo Horizonte.
Depoimentos sobre a ditadura militar
Internautas lembram o dia do golpe
‘Golpe de 64 tornou-se inevitável’, diz José Serra
FHC: ‘Além dos militares, não sei qual força poderia impor situação nova’
Lula usa 50 anos do golpe para pedir participação popular
Ditadura tinha vínculos com nazistas, diz integrante da Comissão da Verdade
Frei Betto: CIA financiou Igreja em marchas pró-golpe
“Voltar ao Brasil seria reabrir ferida”, diz exilado na Suécia
Seis frases revelam a visão de um militar que viveu o golpe de 1964
Para coronel Telhada, guerrilha contra ditadura e PCC são “a mesma coisa”
Jango tinha tropas leais e poderia enfrentar o golpe, diz Pedro Simon
“Josés” do esporte e do teatro enfrentaram censuras diferentes
Militares “saíram de fininho” para evitar humilhação da queda, diz Gabeira
Cristovam Buarque: Reformas de Jango teriam evitado violência urbana
Opositor do regime, Suplicy cresceu em família que apoiou golpe
“Não deixar a ditadura passar batida”
Nahas relembra que, depois da prisão, iniciou um “calvário’ em vários locais usados pelas forças de repressão. Ele afirmou ter ficado um ano e meio preso. A maior parte desse período foi passada em um presídio localizado na cidade de Ribeirão das Neves, cidade na região metropolitana de Belo Horizonte. Ele disse ter sido torturado.
O ex-militante relembrou que boa parte de sua geração se engajou na luta contra a ditadura e que ela cumpriu o objeto traçado. “A gente cumpriu um objetivo fundamental, que era não deixar a ditadura passar batida. A gente resistiu, perdemos, fomos massacrados, mas a nossa derrota, paradoxalmente, foi uma vitória, porque a ditadura não passou batida. Ela ficou marcada por essa resistência, pelo nosso martírio e pela brutalidade dos métodos repressivos”, disse.
Em julho de 1970, Nahas foi libertado em uma troca de 40 militantes presos pelo embaixador alemão Ehrenfrid Von Holleren, sequestrado por guerrilheiros no Rio de Janeiro. Em seguida, ele disse ter sido expulso do país, sendo asilado em Cuba, onde terminou o curso de medicina. Ele voltou ao Brasil em 1979 após a anistia. O ex-militante contou ter participado da criação do PT.
“Eu fui banido do país, não tinha mais cidadania. Cuba nos recebeu como exilados políticos. A nossa intenção era voltar ao Brasil, de maneira clandestina, mas não deu”, contou. Na iminência de se aposentar, Nahas disse acreditar que boa parte de sua geração cumpriu um papel destacado na luta contra a ditadura.
O ex-ministro Pimentel afirmou ter sido preso em 1970, em Porto Alegre. Depois de um ano, foi transferido para Juiz de Fora, em Minas Gerais. Ele declarou também ter sido torturado. “Sofri agressões físicas e sessões de choques elétricos durante vários dias”, descreveu.
Ele não saiu do país, cumprindo no território nacional o tempo de prisão, sendo libertado em 1973.