Edilson trabalha quatro horas por dia, de segunda a sábado, em Caruaru.
‘Me vê muito simpático, bonitão. Aí quer comprar mesmo’, diz sobre clientes.
Com produtos que variam de R$ 2,50 a R$ 4, Edilson Pereira de Lima, de 51 anos – o “Jacozinho da Pamonha” – fatura até R$ 3.600 por mês na venda de comidas à base de milho em Caruaru, no Agreste de Pernambuco. Ele enfrenta o calor de segunda a sábado, das 15h30 às 19h30, de terno e gravata. Para o carro com os alimentos em frente a um condomínio e faz o anúncio: “É pamonha, é canjica, é mungunzá, é milho cozinho, é limpeza, primeiro mundo, meu povo”.
“A gente não pode ter medo de agir, mesmo que venha com terno ou sem terno – é a vida. Não pode se preocupar por causa da roupa, não. A cliente quando olha, me vê muito simpático, bonitão. Aí quer comprar mesmo, e leva. E eu estou feliz por isso. A ideia [de usar o terno] é minha.Me considero um cientista porque faço todas as comidas sozinho. O ‘Cientista da Pamonha'”, explica.
O “Cientista da Pamonha”, como se autointitula, se diz feliz. Ele contou ao G1 que produz – por dia – 70 pamonhas, 50 canjicas, seis litros de mungunzá e cozinha 45 milhos. Edilson revela que consegue vender tudo o que produz. Todas as iguarias são feitas a partir do milho. “A comida de milho é muito abençoada, por isso resolvi fazer algo com ela. Faço tudo sozinho, minha esposa só ajuda na amarração da pamonha, mas o tempero é meu”.
em Caruaru (Foto: Vital Florêncio/ TV Asa Branca)
Outra opção feita por Jacozinho da Pamonha foi a de enfrentar o calor de Caruaru de terno e gravata. Ele veste a roupa, segue com o carrinho pelo Bairro Indianópolis e para em frente a um conjunto de prédios residenciais – o ponto diário de venda. Edilson Pereira estaciona, coloca uma pamonha no garfo, abre um sorriso e começa a propaganda.
Ele não reclama por passar tanto tempo em pé, na rua. “Ganhando um salário mínimo fica difícil, quando começa a trabalhar para você, as coisas começam a acontecer”. Ele atribui ao carisma o sucesso nas vendas. “A minha simpatia que chama a atenção das pessoas”.
Jacozinho não se importa com o calor, com a roupa quente. Atende a todos com simpatia. Em menos de 20 minutos que a reportagem do G1 esteve no ponto de venda de Jacozinho, ele atendeu mais de cinco pessoas. Enquanto não havia clientes, sorria, entoava o anúncio dos produtos e abordava veículos no trânsito.