Por Ronan Tardin, TV Globo
Mães de crianças que frequentavam uma Igreja Pentecostal no bairro do Ibura, na Zona Sul do Recife, denunciaram à polícia que as filhas foram abusadas sexualmente pelo pastor evangélicoque presidia a instituição religiosa. Segundo a Polícia Civil, ele é suspeito de ter estuprado ao menos sete crianças, todas menores de 12 anos. De acordo com uma dessas mães, o homem costumava convidar as crianças para a residência dele nos finais de semana.
“Ele tinha o costume de fazer comidas, todos os domingos, e reunir as crianças. Era nessas coisas que aconteciam os abusos com as crianças, né? Perguntei à minha menina e ela disse ‘só me lembro que ele me pegou por baixo, dentro da piscina, e alisava minhas partes’”, conta a mulher, que preferiu não mostrar o rosto à reportagem da TV Globo.
Depois que os moradores ficaram sabendo do caso, o pastor resolveu fechar a igreja, que teve a fachada pintada. A casa onde o pastor morava fica junto à igreja, mas também foi fechada e, aparentemente, não mora mais ninguém lá há cerca de um mês.
A enteada do pastor, que também não quis se identificar, disse que as duas filhas e as duas sobrinhas dela também foram abusadas sexualmente pelo homem. Segundo ela, os estupros eram constantes.
“A casa era conjugada e o quintal era amplo. Quando minhas filhas iam brincar no quintal, às vezes, minha mãe dizia assim ‘vá buscar água pra mim’ e elas entravam para buscar água. Ele botava elas dentro do quarto e cometia os abusos”, diz a enteada do pastor.
A Polícia Civil investiga o caso, mas informou que só vai se pronunciar quando o inquérito for concluído. O pastor não teve o nome divulgado e a reportagem não conseguiu contato com a Igreja Pentecostal para repercutir as denúncias contra o suspeito.
Entenda o caso
As denúncias foram feitas pelos familiares das vítimas no Departamento de Polícia da Criança e Adolescente (DPCA), no bairro da Madalena, na Zona Oeste da capital pernambucana. Segundo a polícia, todas as crianças vítimas do pastor evangélico participavam da mesma instituição religiosa que ele.
A investigação do caso está sob o comando do delegado Ademir Soares, que solicitou exames sexológicos para subsidiar as investigações e dar base ao inquérito policial. Outros casos de violência semelhantes a este podem ser denunciados por meio do Disque 100. A Polícia Civil de Pernambuco também recebe denúncias por meio do número (81) 3184-3579.