Manifestantes se concentraram na Prefeitura e seguiram para o Centro.
Ato ocorria de forma pacífica e era acompanhado pela Polícia Militar.
Um grupo formado por cerca de 500 garis, segundo a Polícia Militar, fazia uma nova manifestação a favor do aumento do salário e dos benefícios da categoria em frente à Prefeitura do Rio, no Centro da cidade, desde as 11h desta sexta-feira (7). Policiais do Batalhão de Choque da PM faziam a segurança da região durante o ato, que transcorria de forma pacífica.
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Por volta das 14h, após caminhar pela Avenida Presidente Vargas, o grupo fechou a Avenida Rio Branco, a caminho da Câmara Municipal, na Cinelândia, onde chegou às 14h30, liberando a Rio Branco. Por volta das 15h30, os garis interditaram a Rua Araujo Porto Alegre e caminhavam em direção ao Ministério do Trabalho, também no Centro.
A paralisação parcial dos garis ocorre desde o sábado (1°) de carnaval. Na manhã desta sexta, diversas vias do Rio ainda apresentavam lixos acumulados. Na Rua do Rezende, no Centro, móveis velhos incrementavam a sujeira e bloqueavam a calçada em torno de 10h30. “A gente tem que ficar andando no meio da rua, sem contar as moscas que ficam rondando né”, contou Altino Pereira Reis, comerciante.
Nas ruas Presidente Barroso, na Cidade Nova, esquina com Avenida Salvador de Sá também havia uma pilha de lixo. Por volta de 10h10, no entanto, a região da Lapa, também no Centro, apresentava cenário diferente, com pouco lixo na região.
Na Tijuca, Zona Norte da cidade, no entanto, em torno de 10h40, havia entulhos na Avenida Heitor Beltrão. Sacos de lixo ocupavam a entrada da praça do local.
Já na Zona Sul, na orla de Ipanema, ainda era possível ver lixo acumulado em torno de 10h. A areia e o calçadão estavam repletos de lixeiras e algumas delas estavam lotadas.
sacos de lixo ainda dividiam o espaço com ciclistas
na orla de Copacabana, altura do posto 5 às 10h.
(Foto: Guilherme Brito / G1)
A orla de Copacabana contava, por volta deste horário, com o trabalho de várias equipes da Comlurb. Ainda era possível ver lixo, no entanto, e sentir o mau cheiro, mas havia bem menos sujeira do que no sábado (1º), quando a paralisação de um grupo de garis começou. Apesar do trabalho dos garis nesta sexta, alguns sacos de lixo ainda dividiam o espaço com ciclistas na orla de Copacabana, altura do posto 5.
Merendeiras vão parar
Além dos garis, outra categoria subordinada à Comlurb pretende paralisar as atividades na próxima segunda-feira (10). Os agentes de preparação de alimentos (APA) são funcionários da companhia de limpeza e trabalham auxiliando as merendeiras nas escolas municipais. Os agentes estão de férias escolares, mas pretendem aderir a greve dos garis, o que pode influenciar na merenda dos alunos.
alimentos na Escola Municipal Miguel Gustavo, em
Cordovil, no Subúrbio. (Foto: Guilherme Brito / G1)
Deuzimar Moreira, 54 anos, é agente de preparo de alimentos na Escola Municipal Miguel Gustavo, em Cordovil, no Subúrbio, há 3 anos. Ela reclama de baixos salários e da falta do adicional de insalubridade. Deuzimar afirmou que já aderiu a greve e que não deve trabalhar na segunda-feira.
“Buscamos um salário digno, insalubridade, cargo de planos e salários, salário de R$1,2 mil e melhores condições, porque tem cozinha aí que não tem nem banheiro para a gente tomar banho”, reclamou.
Segundo a Secretaria Municipal de Educação, os Agentes de Preparo de Alimento trabalham em conjunto com as merendeiras nas escolas do município. Esses agentes são funcionários da Comlurb, cuja formação é direcionada para a área de cozinha industrial. Esse conhecimento é necessário em escolas com cantinas e refeitórios de grande porte, como explicou a secretaria. De acordo com o órgão, os agentes prestam serviço às escolas desde 2009. Até as 13h25, a secretaria não respondeu sobre o quanto as aulas poderiam ser afetadas caso esses agentes entrassem em greve.
Ruas limpas em dois dias
O presidente da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb), Vinícius Roriz, afirmou no começo da noite desta quinta-feira (6) que as ruas do Rio estarão limpas em dois dias. Segundo Roriz, nesta quinta, com escolta privada acompanhando os caminhões da Comlurb, foi coletado 65% do lixo que estava espalhado nas ruas. Isso equivale a 6 mil toneladas de resíduos, de acordo com ele. Roriz enfatizou que a limpeza urbana estará normalizada em toda a cidade entre sábado (8) e domingo (9).
incrementavam a sujeira e bloqueavam a calçada.
(Foto: Guilherme Brito / G1)
Ainda segundo Vinícius Roriz, a Comlurb foi pega de surpresa com a greve, já declarada ilegal pela Justiça do Trabalho. Ele reafirmou que quem não se apresentar ao trabalho será demitido e adiantou que 150 garis que foram concursados em dezembro estão serão convocados de forma gradativa.
Interferência política
Os dirigentes do Sindicato dos Empregados de Empresas de Asseio e Conservação do Município dizem que não apóiam a greve e que a paralisação é feita por uma minoria entre os garis. Nas ruas, há funcionários que interromperam a greve, mas que são a favor do movimento.
Nova, coloca mais um saco de lixo na pilha da
calçada, esquina com a Avenida Salvador de Sá.
(Foto: Guilherme Brito / G1)
Um dos garis que lideram a greve é Célio Viana, que foi candidato pelo PR. Ele afirma que não há interferência política no movimento. Em nota, o PR declarou não ter qualquer ligação com o movimento dos garis, e afirmou que o fato de, entre os líderes da paralisação, existir um homem que foi candidato pela legenda, não significa interferência do partido no movimento.
O PSOL negou a existência de integrantes do partido no comando da paralisação e acrescentou que, mesmo se houvesse, os trabalhadores têm liberdade para ingressar em qualquer partido com o qual tenham afinidade ideológica.
ainda tinha lixo acumulado manhã desta
sexta-feira (7). (Foto: Guilherme Brito / G1)
Protesto
Os garis realizaram mais um protesto nesta quinta-feira e anunciaram continuidade da greve. O ato terminou por volta das 15h35, em frente à Câmara Municipal do Rio, no Centro. A manifestação seguiu para o Centro do Rio, que ficou com o trânsito congestionado. Na Câmara Municipal, líderes do movimento começaram a fazer discursos. No caminho, participantes do ato também cantavam uma paródio do samba da Unidos da Tijuca, campeã do carnaval do Rio neste ano: “Acelera Comlurb que eu quero ver, esse lixo vai render”.
“Nós somos trabalhadores e decentes. Mobilizaram uma escolta armada pra que? Somos bandidos? Que venha bala de borracha e bomba de efeito moral. Quero meu direito de cidadão. A nossa proposta era de 1200 de salário básico, 40 por cento de insalubridade nesse valor, auxilio creche, salários diferenciados , tiquete refeição de 20 reais e a da prefeitura era de 800. Nós queremos um salário digno. Isso aqui é independente de sindicato, o sindicato nao nos representa mais. O nosso trabalho ninguém quer fazer. O prefeito nao quer pagar por isso. “, disse William Rocha de Oliveira, da comissão de greve da Comlurb.