Pernambucano é destaque no tiro esportivo nacional
Roberth Vieira persegue sonho de representar o País nos Jogos Olímpicos
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O ciclo de boa parte dos atletas de alto rendimento costuma ser bastante previsível. Depois de despontar como competidores, a maioria se aposenta das disputas e passa a se dedicar a algum cargo ligado à gestão do desporto. No meio do tiro esportivo, porém, o pernambucano Roberth Vieira, de 42 anos, vem construindo uma história que contraria o senso comum. Chefe da delegação brasileira da modalidade nos Jogos do Rio, em 2016, ele encerrou as atividades nos bastidores, logo depois do evento, para se tornar um dos grandes protagonistas do tiro esportivo do Estado. Recentemente foi convocado para compor a seleção brasileira que disputará o Campeonato das Américas, marcado para outubro, em Guadalajara (MEX). A competição vale vaga nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020.
Roberth garantiu o direito de disputar o torneio internacional depois de conquistar o título da quinta etapa do Campeonato de Excelência de Tiro ao Prato e do Gran Prix Internacional Corsivia. Os dois eventos foram realizados em Minas Gerais, no mês passado, e garantiram ao pernambucano pontos valiosos no ranking da Confederação Brasileira de Tiro Esportivo (CBTE). Com o saldo conquistado nesses eventos, ele assegurou a manutenção do terceiro lugar na lista do skeet, como o tiro ao prato também é conhecido.
“A Confederação Brasileira (de Tiro Esportivo, CBTE) trabalha com o ranking qualidade e não divide por classes. Seleciona através de resultados com os índices. Os quatro melhores resultados compõem esse ranking. A seleção brasileira de tiro ao prato é retirada desse ranking. São normalmente os três primeiros. Eu estava em terceiro e precisava, nessa competição, fazer um resultado bom para manter a classificação e consegui. Foi muito bom”, explicou Roberth.
RANKING BRASILEIRO
O pernambucano ocupa o terceiro lugar no ranking brasileiro de skeet masculino, com 458 pontos, atrás do paulista José Carlos Vendruscolo (465) e do brasiliense Renato Portela (460), nessa ordem. Para que os atletas se credenciem a eventos como os Jogos Olímpicos, a CBTE estipula um índice mínimo de acertos em competições oficiais. No caso do skeet, é necessário atingir, no mínimo, 114 de 125 pratos. Roberth, inclusive, já superou essa marca este ano, quando acertou 117 pratos em evento disputado no Rio Grande do Sul.
Apesar da franca evolução na modalidade, o pernambucano não tem pressa para vivenciar uma Olimpíada, agora na condição de atleta. O projeto de Roberth é se credenciar aos Jogos de Paris-2024.
“A gente pensa nos Jogos de Tóquio. Mas, nesse caso, não é a curto prazo. Felizmente e infelizmente por outro lado, eu fiz o ciclo invertido. Comecei pela parte de gestão para só então me tornar atleta. A minha meta mesmo são duas Olimpíadas à frente. Mas a gente está brigando, porque essa efetivação de meta já começou. É possível conquistar uma vaga já em Tóquio? É. Mas não é fácil. Por esse motivo, no Campeonato das Américas agora, eu vou estar disputando vaga. Mas a minha meta maior é me credenciar aos Jogos Pan-Americanos. Porque há uma disponibilidade maior de vagas. No próximo ano, essas vagas vão estar em disputa nas Copas do Mundo e no Campeonato Mundial”, explicou.