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GO: serial killer reduz assassinatos confessados para 2

 

 

 

 

23 de outubro de 2014 

O vigilante Tiago Henrique Gomes Rocha

Foto: Mirelle Irene / Especial para Terra

O vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha diminuiu o número de assassinatos assumidos em seu primeiro interrogatório ao falar com a polícia na presença de advogados. Inicialmente, o rapaz de 26 anos, que a polícia acredita ser um assassino em série que age em Goiânia desde 2011, confessou 39 crimes, depois, reduziu este número para 29.

“Ele foi instruído pela defesa”, acredita o delegado titular Delegacia de Investigações de Homicídios (DIH), Murilo Polati. Ele atualizou na manhã desta quinta-feira os números da investigação dos crimes atribuídos a Tiago, antes investigados por uma força-tarefa de 150 policiais, mas que agora estão com investigações centralizadas na DIH.

Tiago, preso no dia 14 e desde ontem abrigado em uma cela da ala de segurança máxima  do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana, negou 5 homicídios no segundo interrogatório e não quis se manifestar sobre outros 4. Confessou informalmente, sem depoimento, o assassinato de um estudante de 22 anos em 2013. Também teria confessado um crime como consumado, mas a vítima, um homem,  sobreviveu. Ainda segundo o delegado, Tiago, que havia inicialmente confessado ter matado 7 moradores de rua, assumiu agora só 4, negando duas autorias e não se manifestando sobre outro caso, que já teria outro autor apontado.

Delegado titular Delegacia de Investigações de Homicídios (DIH), Murilo Polati

Foto: Mirelle Irene / Especial para Terra

Dos 18 assassinatos investigados pela força-tarefa, Tiago confessou 15, sendo 14 mortes de mulheres entre 13 e 29 anos, e também um homem. Confessou também ter assassinado outras duas mulheres que não haviam entrado no rol da força-tarefa, que investigou também 3 tentativas, uma delas negada pelo suspeito.

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Apesar da nova confissão do suspeito, o delegado Polati disse que a polícia ainda vai continuar o trabalho de investigações sobre 38 mortes e uma tentativa que se acredita serem de autoria de Tiago. “Vamos investigar se realmente ele cometeu estes crimes ou se ele só assumiu para elevar e se tornar aí um serial killer com uma maior quantidade de vítimas”, disse. Oito crimes já teriam tido exame de balística feito e confirmado, mas nenhum dos inquéritos ainda foi concluído. “Nós aguardamos, principalmente, os laudos periciais em relação a balística e locais de crime que ainda não foram concluídos. Temos reconhecimentos e provas testemunhais para se confirmar ainda outros crimes”, disse.

Para a polícia, Tiago não é desequilibrado mental e mostra vaidade com suas ações. “A polícia trata ele como imputável, ou seja, ele sabia o que estava fazendo e agia e tinha discernimento sobre os fatos”, disse o delegado Polati.  “É uma pessoa fria, meticulosa, desafiadora, e que demonstrou realmente uma vaidade muito grande principalmente em relação ao tratamento com a imprensa. A forma que se postava, as exigências que fazia, demonstrando sim que tem muita consciência do que fez, avaliou o delegado.

O delegado explicou, ainda, que o exame psicológico foi adiado. “Ficou para um segundo momento, vai ser realizado na seara judicial. Entendemos com todos os delegados, representantes do Ministério Público e com o próprio psicólogo forense, que integra a equipe a ser composta no Judiciário, que não era o momento adequado. Teria sido feito um exame isolado e num segundo momento esse mesmo exame seria feito com uma equipe integrada por diversos profissionais , que tem também este psicólogo forense”, detalhou Polati.

Sobre supostas declarações de Tiago a policiais de que estaria com vontade de matar de novo mesmo estando preso, o delegado Polati não as confirmou, mas contou um fato curioso que aconteceu com o suspeito na chegada dele ao presídio, relatado por  agentes prisionais. “Ele quis manifestar um poderio lá dentro. Falou que mataria lá como matou aqui, mas foi retaliado por todos os demais presos. Aí ficou mais calmo e não causou mais problemas”, disse. Tiago teria gritado a ameaça dentro da cela de cerca de 10m2 que ocupa desde ontem na ala de segurança máxima do presídio, em isolamento. Nela não há comunicação física  entre os presos, mas é possível ouvir o que um preso grita de dentro da cela, como Tiago fez.

O delegado Murillo Polati ainda afirmou que a polícia não descarta o surgimento de novos crimes atribuídos ao vigilante.“Sem dúvida que é um serial killer”, assegurou.

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