Saudações! Hoje, 29 de outubro, é o Dia Mundial do AVC. E o neurologista Paulo Henrique Fonseca trata deste assunto, abordando os fatores de risco e a prevenção à doença que é a segunda causa de morte no mundo:
29 de outubro – Dia Mundial do AVC
Neurologista Paulo Henrique Fonseca fala sobre a campanha 2019 que foca na prevenção da doença e orienta sobre os fatores de risco
Foto: Gerd Altmann por Pixabay
O AVC, Acidente Vascular Cerebral, é a segunda causa de mortes no mundo e a primeira que gera a incapacidade. É uma doença que pode acontecer em qualquer pessoa, em qualquer idade e provocando problema não só ao paciente, mas aos familiares e amigos. De acordo com a Rede Brasil AVC, organização não-governamental criada com a finalidade de melhorar a assistência global aos pacientes com AVC em todo o país, a prevenção pode evitar 90% dos casos e o reconhecimento dos sinais de alerta da doença e o rápido tratamento de urgência em um centro especializado diminui a chance de sequelas. No mundo, a cada ano, 13,7 milhões de pessoas tem um AVC, sendo que 5,5 milhões morrem e atualmente, existem 80 milhões de sobreviventes de AVC.
O neurologista Paulo Henrique Fonseca, que atende no Núcleo de Oncologia do Agreste, em Caruaru, afirma que o AVC é uma doença heterogênea e os principais fatores de risco são a hipertensão arterial, diabetes, tabagismo, sedentarismo, obesidade, abuso de álcool e a fibrilação arterial, que é uma arritmia do coração. “A campanha deste ano deixa claro que nós deveríamos controlar dez fatores de risco para evitar o AVC. Por isso, o título da campanha deste ano é ‘1 em cada 4 pessoas do mundo vai ter um AVC, não deixe que seja você’. É de extrema importante que a população tenha em mente que a doença é evitável”, explica.
Dois tipos de AVC são prevalentes: o isquêmico e o hemorrágico. O isquêmico, que chega a ser 85% dos Acidentes Vasculares Cerebrais, ocorre quando uma determinada área do cérebro deixa de receber sangue. Aquela região afetada pela privação de sangue vai deixar de funcionar e o paciente vai ter os sintomas. Já o hemorrágico é quando extravasa sangue dentro do cérebro, é um vazamento de sangue. Por assim dizer, essas duas doenças se comportam de maneira bem diferente.
No Brasil, a campanha de conscientização sobre o AVC gerou a sigla SAMU para facilitar a compreensão das pessoas sobre os sintomas, como explica o neurologista: “o S se refere ao ato de Sorrir, ou seja, se você sorrir e sua boca estiver torta, pode ser um caso de AVC; o A é sobre o Abraçar, pois quando você levanta os braços para abraçar alguém e sente que um dos braços está fraco, pode ser a doença, porque quase sempre as queixas são de que um lado do corpo está dormente ou fraco; o M vem de Música, isto é, se você falar ou cantar e percebe que sua voz sai atrapalhada, não consegue encontrar as palavras, pode ser AVC; e o U é de Urgência, ao sentir algo diferente, corra para o hospital, pois o atendimento de AVC precisa ser em caráter de urgência hospitalar”.
A prevenção, tema da campanha deste ano, se dá controlando os fatores de risco, em especial a hipertensão. “Nós que trabalhamos aqui na região, temos a impressão que as pessoas acham que uma pressão ligeiramente alta é tolerável. Isso não existe. Nós temos que deixar o paciente normotenso, ou seja, com a pressão normal, pois este é o nosso alvo. É importante também controlar o diabetes, abandonar o tabagismo, realizar atividades físicas, regularizar o que se come, tirar o sal, gorduras, frituras, e procurar um médico regularmente para investigar arritmias e todos os aspectos envolvidos” finaliza Paulo Henrique Fonseca.