Inverno no Litoral e Zona da Mata de PE pode ter chuva acima da média
Reunião de metereologistas no Recife fez as previsões para o Nordeste.
Há a possibilidade de chuva forte, como as de anos anteriores.
Katherine CoutinhoDo G1 PE
(Foto: Katherine Coutinho / G1)
Um inverno com chuvas normais, mas com possbilidade de precipitação acima da média. Essa é a expectativa da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) para os meses de abril a junho nas regiões do Grande Recife, Matas Norte e Sul e parte do Agreste Setentrional. A previsão foi divulgada nesta sexta-feira (21), após a conclusão da primeira reunião anual do setor Leste do Nordeste, que reuniu metereologistas de diversos estados, no Recife.
A partir da observação coletiva e da troca de informações com especialistas de outros estados, é possível fazer uma análise mais precisas dos próximos meses. A precipitação na região litorânea e proximidades é causada pelas nuvens que vêm do Oceano Atlântico; esse fenômeno é chamado de “distúrbio do leste”. “A atmosfera está com suas condições normais, não tem nenhum bloqueio que iniba essas chuvas, por isso vamos ter a precipitação normal do período”, explica o chefe de metereologia da Apac, Patrice Oliveira.
A normalidade da precipitação, entretanto, não exclui fenômenos vistos em anos anteriores, com grande quantidade de água em pouco espaço de tempo. “Essa chuva intensa pode ocorrer, por isso intensificamos o monitoramento nessa época do ano. Nosso objetivo é dar alertas precoces de possíveis desastres naturais”, detalha Oliveira.
Monitoramento
Um dos reforços que a Apac conta para este inverno é uma parceria com o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desatres Naturais (Cemaden), que busca instalar 92 telepluviômetros em locais de risco de desabamento. Enquanto o pluviômetro é aferido por um técnico diariamente – geralmente às 7h de cada dia -, o telepluviômetro conta com um chip e transmite a informação de acordo com a programação, podendo ser a cada meia hora ou uma hora.
(Foto: Katherine Coutinho / G1)
O Recife já conta com cinco pontos de risco monitorados por esses equipamentos e outros estão sendo instalados no restante do estado. “A nossa função é auxiliar as defesas civis a escolher os locais para instalar esses equipamentos. Ao contrário dos outros que já temos na Região Metropolitana, que são para aferir a quantidade de chuva, esses são para saber a intensidade e facilitar a questão do alerta. Eles ficam em telhados de casas, locais de risco mesmo e em barreiras”, destaca o chefe de metereologia da Apac.
As barragens do estado, por exemplo, já contam com telepluviômetros, podendo ser monitoradas em tempo real pelas equipes da Apac. “É preciso lembrar que, em casos de enchentes, nós monitoramos para dar os alertas, dizer se é preciso mover a população de determinado local”, aponta Oliveira, explicando que deve ser licitada ainda este ano a compra de um radar, que vai auxiliar a agência a fazer previsões de curto espaço de tempo – por exemplo, chuva de 40 milímetros na próxima hora.
Agreste
Se a previsão é de possibilidade de chuva inclusive acima da média de 850 milímetros durante os três próximos meses na área litorânea, o Agreste Meridional deve continuar amargando chuvas espaçadas. “Deve se repetir o que vimos em fevereiro. Chove um dia em uma cidade, mas não na do lado, que fica duas semanas sem chover”, analisa Oliveira.
Como a Zona de Convergência do Atlântico, responsável pelas chuvas do região, está mais ao norte este ano, a tendência é que as chuvas continuem pontuais, acredita o chefe da metereologia. “Não quer dizer que não vai chover, apenas que deve permanecer abaixo da média”, avalia.
21/03/2014