De passagem pelo Recife para participar das homenagens ao ex-governador Eduardo Campos (PSB), os tucanos Aécio Neves e Geraldo Alckmin procuraram abrandar o tensionamento político que está envolvido no possível pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). A baixa popularidade da presidente somada às sucessivas derrotas no Congresso culminaram com especulações sobre o futuro do governo federal.
Para o governador de São Paulo, a questão do impeachment não está colocada neste momento. “O que precisa agora é investigar, investigar e investigar e cumprir a Constituição. Só existirá nova eleição se anular a eleição passada, isso hoje não é discutido”, disse.
Em reação aos posicionamentos da presidente Dilma Rousseff, que tenta atribuir à oposição a responsabilidade sobre a crise política no governo, Alckmin afirmou que os erros são do governo e não da oposição.
“A oposição não governa. Os erros que hoje estão ocorrendo são por conta do governo, ele não pode responsabilizar os outros pelos seus problemas. A primeira questão para você resolver um problema é reconhecer o problema”, comentou o tucano.
Rebatendo as críticas feitas pelo PT em seu programa eleitoral, Aécio diz que cabe ao governo e não à oposição achar o “melhor desfecho para a crise”.
“As alternativas que estão colocadas não dependem do PSDB, seja a continuidade da presidente, seja a discussão na Câmara dos Deputados na questão do impeachment, seja na questão do TSE. O papel do PSDB é garantir que as instituições funcionem na sua plenitude. O que temos hoje de concreto para nos permitir o reencontro [dos eixos do País] são as nossas instituições”, defendeu o tucano.
Nas falas, os tucanos criticaram a atitude do governo de não reconhecer os erros e de “terceirizar” as responsabilidades para solucionar a crise política.
“O que nós percebemos é que quanto mais o governo insiste na terceirização de responsabilidade, como nós assistimos no último programa eleitoral do PT, mais ele se distancia da verdade. Até hoje o governo não teve capacidade de fazer mea culpa, enquanto isso não for feito, cada vez mais distante o governo estará dele próprio”, pontuou.
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Matéria recente da Folha de S. Paulo aponta que o PSDB está dividido sobre qual saída defender para a crise. Aécio e seu grupo defendem a saída de Dilma e o vice, Michel Temer, para que sejam convocadas novas eleições. Já o grupo de Alckmin não deseja mudanças, para que ele possa pleitear a candidatura à Presidência em 2018.