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Armando Monteiro é Ministro do Desenvolvimento

 

01/12/2014 16h15 – Atualizado em 01/12/2014 17h36

Competitividade da indústria é desafio, diz novo ministro do Desenvolvimento

‘Crescer pela indústria é sempre o melhor caminho’, diz Monteiro Neto.
Ministro indicado diz que há sempre necessidade de ‘ajustes’ no Mercosul.

Alexandro Martello, Filipe Matoso e Fernanda Calgaro Do G1, em Brasília

Armando Monteiro Neto já foi presidente da Confederação Nacional da Indústria  (Foto: Agência Brasil)Armando Monteiro Neto já foi presidente da Confederação Nacional da Indústria (Foto: Agência Brasil)

O ministro indicado do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro Neto, declarou nesta segunda-feira (1) que a promoção da competitividade na economia é o “desafio central” para avançar em uma “economia mundial cada vez mais integrada” e avaliou que a indústria tem um papel decisivo no crescimento do país.

“O desafio central é promover a competitividade. O que signica reduzir custos sistêmicos e elevar a produtividade. A agenda da competitividade envolve várias áreas dentro do governo e demanda intensa articulação e coordenação. É papel primordial do Ministério do Desenvolvimento realizar essa tarefa. E colocar o tema da competitividade no centro da agenda política do país”, acrescentou ele.

Papel da indústria
De acordo com o ministro, “crescer pela indústria é sempre o melhor caminho”. “Com criação de emprego, disseminação de conhecimento e geração de divisas. A revalorização do papel da industrial está sendo reconhecido em todo mundo, com definição de políticas industriais até mesmo em economias maduras”, acrescentou ele, que já foi presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) – entidade de representação do empresariado – no passado.

Monteiro Neto observou que, mesmo diante de “adversidades e turbulências”, a economia foi capaz de manter baixa taxa de desemprego, garantindo crescimento da renda e do consumo no Brasil. “Mas nosso país ainda apresenta elevados custos, com sistema tributário complexo que onera investimentos e exportações”, afirmou, citando ainda deficiências na capacitação de “capital humano”, de infraestrutura e “excesso de procedimentos burocráticos”.

Segundo ele, a melhora da competitividade na economia brasileira está em consonância com os objetivos gerais da política econômica anunciadas pelo ministro indicado da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa. “O reequilíbrio macroeconômico é condição fundamental para fortalecimento da confiança e da retomada de um crescimento mais vigoroso”, disse, acrescentando que isso permitirá aumento dos salários, fortalecimento das demandas doméstica e social.

Dólar
Monteiro Neto não quis se arriscar a fazer uma projeção para a taxa de câmbio, em um momento de pressão de alta do dólar no Brasil. Entretanto, declarou que a política monetária dos Estados Unidos (com a retirada de estímulos ao crescimento norte-americano) vai produzir “reorientação dos frutos de poupança, com significativo efeito sobre o câmbio de uma maneira geral”.

“Acho que teremos um realinhamento cambial que se dará em condições naturais [alta do dólar], sem nada que pareça movimento brusco, ou que tenha caráter artificial. Não me arrisco a fazer uma projeção. Taxa de câmbio real é mais importante do que o câmbio nominal. Para isso, o Brasil precisa ter uma inflação menor. Se não, o diferencial de inflação terminará por afetar o câmbio real”, disse ele.

Mercosul, acordos comerciais e BNDES
Monteiro Neto defendeu ainda novos acordos comerciais, em um momento de fraco desempenho da balança comercial. Em novembro, foi registrado o pior resultado para o mês dos últimos 20 anos.

“Precisamos envidar esforços para concluir o acordo no âmbito do Mercosul e União Europeia, que está avançado. Podemos promover um acordo com os países da América do Sul que integram a aliança do pacífico, como o Chile e Colômbia. Isso oferece perspectivas ao país”, declarou.

Para o ministro indicado, que vai trabalhar nessa fase de transição no Ministério do Desenvolvimento juntamente com o titular da pasta, Mauro Borges, “há sempre necessidade de ajustes” no Mercosul – bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela.

“Há assimetrias. Cada país tem dificuldades macroeconômicas conjunturais. É sempre bom reconhecer que há dificuldades. Mas, ao mesmo tempo, o fortalecimento do Mercosul nos oferece uma vantagem na perspectiva de acordos com outros blocos econômicos, como por exemplo, com a União Europeia. A perspectiva de um mercado ampliado na América do Sul, que fortalece a nossa posição negociadora”, declarou ele.

O ministro observou, porém, que ainda há alguns “temas sensíveis” para destravar o acordo com a União Europeia, como a oferta de bens industriais e com algumas outras questões relacionadas com bens atgricolas. “Mas me parece que estamos avançando no sentido de demover alguns obstáculos. Eu apostaria que é possível concluir esse acordo de forma satisfatória nos próximos meses”, disse Monteiro Neto.

BNDES
Após o pronunciamento à imprensa, Armando Monteiro afirmou que a indicação para a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES) ainda é analisada e, “naturalmente”, ainda não há definição.

Amando Monteiro disse, ao ser questionado sobre o volume de financiamento que será concedido pelo BNDES em 2015, que é preciso estimular a criação de um mercado de financiamento a longo prazo, pois o banco não deve suportar “sozinho” todo o montante de financiamento do país, inclusive permitindo o acesso de pequenas e médias empresas ao crédito oferecido pelo órgão.

“Todos reconhecem que o ideal é que o país estimule a criação de um mercado de financiamento para o prazo longo com os agentes privados, porque, evidentemente, que o BNDES não pode suportar sozinho”, disse.

 

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