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AS FESTIVIDADES JUNINAS (STo ANTONIO, SÃO JOÃO E SÃO PEDRO) NO NORDESTE. (Por: Evaldo Pajeú)

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Não tenho a pretensão e menos ainda, a autoridade para criticar quem quer que seja. Mas como cidadão brasileiro e cumpridor dos meus deveres cívicos, fiscais e morais acho-me na condição de externar o que vejo há anos esta festa de cunho único e exclusivo; NORDESTINO descaracterizando-se. Motivos existem vários, mas vou apenas falar de alguns importantíssimos que fizeram a nossa festa JUNINAperderem aquele elã de tradicional festa da roça. Começarei falando do aspecto político federal e cultural do nosso País. País este que não dá a mínima para a cultura popular, se já não temos há muitos anos; saúde, segurança, moradia e justiça o que esperar dele (País) o cuidado a respeito da nossa cultura popular. Por tabela vem o poder estadual, que por tabela, não recebendo os investimentos necessários destinados a este setor, também se apequena no envio para os municípios, quem com o efeito dominó, nada faz em suas cidades; Já começa de cima para baixo. Agora analisemos culturalmente: A qualidade musical do Brasil é indiscutivelmente a melhor dentre os mais aculturados da Europa, Ásia, EUA etc., não devemos a ninguém, só que nós mesmos (brasileiros) não damos – muitas vezes – o devido a valor ao nosso povo, nossa musica, nossa tradição cultural. Só para esclarecer, quando me referi no título desta matéria as FESTAS JUNINAS, englobei as festas dos três santos do mês de JUNHO, por isso chamadas de JUNINAS e não JOANINAS apenas o SÃO JOÃO.
Vamospara a nossa realidade: As duas cidades referências para estes festejos CARUARU/PE e CAMPINA GRANDE/PB estão perdendo aos poucos a nossas tradições há anos anteriores, mas não as culpo sozinhas, é que a música nordestina vem – lamentavelmente – perdendo espaço na mídia, a tendência atual – deste século – está sempre voltada para os MEGASHOWS com Bandas travestidas de Nordestinidade, que de nada tem da nossa tradição, às vezes colocam apenas a figura de um “sanfoneiro” no palco, para mostrarem e lembrarem que a festa é voltada para a festa junina, mas que nada toca da nossa música mãe, o nosso forró, o nosso xote, o nosso arrasta-pé tradicional, côco-de-roda e o baião Repito: As cidades (Secretários de cultura) sentem-se pressionados pela própria juventude local, que exigem delas as tais contratações, e o que vemos é a cota em percentuais, serem cada ano menos para a nossa musica nordestina tradicional, exemplo: 80% para as BANDASESTILIZADAS – travestidas de forró – e 20% para os Trios de forrós e Bandas de forró tradicionais, o que é lamentável. E outro agravante, o desaparecimento dos nossos ídolos nordestinos, a exemplo de Gonzagão, Trio Nordestino, Dominguinhos, Marinês, Mestre Zinho, Jackson do pandeiro, Sivuca e muitos outros mais… Sem falar eu muitos deles eram além de excelente e intérpretes, exímios compositores e arranjadores, no que se tornou em grandes baixas na qualidade do nosso tradicional forró.Mas ainda temos excelentes compositores e grandes intérpretes, basta que os nossos gestores dividam percentualmente igual às atrações, para agradar (ou tentar) a todos;50% para cada estilo (Bandas estilizadas e as tradicionais).
Esta é a minha “humilde” visão a respeito dos nossos festejos de anos atrás até os dias atuais, quanta saudade daqui de Pesqueira, quando eu apresentava no PALHOÇÃO CENTRAL,(Pça. D. José Lopes) os inesquecíveis e imbatíveis CONCURSOS DE QUADRILHAS JUNINAS entre os bairros, escolas e colégios da cidade. Uma disputa sadia da rua mais ornamentada, todos os moradores de cada bairro, cada rua da cidade se mobilizavam em querer mostrar para os nossos visitantes (turistas) e para a COMISSÃO TÉCNICA que a sua rua e seu bairro era o mais bonito. Aí me bate um Saudosismo gostoso, e tem uma coisa: O custo era bem pequeno sem os tais Mega-Shows que de nada mostram de cultura para a nossa cidade (guardadas as raríssimas exceções). Teremos que fazer voltar as nossas raízes, sem perder o trem do progresso (é claro), usem a inteligência e a criatividade e vamos forrozá.

Por: Evaldo Pajeú.

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