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Baiano nega ter beneficiado partidos e doado para campanhas, diz defesa

21/11/2014 22h14

Preso, suposto ‘operador’ do PMDB (partido nega) depôs à PF nesta sexta.
Advogado diz que ele começou a negociar com Petrobras no governo FHC.

Do G1, em Brasília

O lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, afirmou nesta nesta sexta-feira (21) ter negociado e intermediado negócios na Petrobras, mas nunca em benefício a partidos, segundo informou seu advogado, Mário de Oliveira Filho. Baiano falou durante depoimento à Polícia Federal em Curitiba.

Apontado pelo doleiro Alberto Youssef como operador do PMDB em suposto esquema de corrupção envolvendo a Petrobras (o partido nega), Baiano está preso na Superintendência da PF em Curitiba desde terça-feira (18), quando se entregou após quatro dias foragido. Em depoimento de acordo de delação premiada, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa acusou PT, PMDB e PP de receberem dinheiro oriundo de propina – o que também é negado pelas três legendas.

Baiano disse no depoimento desta sexta que chegou a receber pedido de Alberto Youssef para que fizesse operações para campanhas políticas, mas que teria se recusado.

Ele afirmou, ainda, que começou a fazer negócios com a Petrobras durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em 2001, tendo intermediado para uma empresa espanhola para a manutenção de termoelétricas. A assessoria de imprensa do PSDB, partido de FHC, informou que não teve acesso ao depoimento e que não comentaria o caso.

Segundo o advogado de Baiano, o lobista também teria dito à PF que conheceu Alberto Youssef porque foi procurado por ele a pedido de Paulo Roberto Costa. O doleiro teria feito a baiano pedido de doação para campanhas alegando que todas as empresas o fazem. O lobista disse, no entanto, que sempre atuou na prestação de serviços e admitiu ter dinheiro em paraísos fiscais. Segundo ele, no entanto, todo o valor foi declarado à Receita Federal.

O depoimento de Baiano à PF durou mais de três horas. De acordo com seu advogado, Mário de Oliveira Filho, o cliente respondeu a todas as perguntas, colaborando “no que podia” com as investigações. Na quarta-feira, o advogado negou que Baiano tenha a intenção de oferecer uma delação premiada à Justiça. Ele, inclusive, garantiu que quer uma acareação entre o lobista e o doleiro Alberto Youssef.

Nesta sexta-feira (21), juiz federal Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, decretou a prisão preventiva do lobista. Ele estava em prisão temporária, quando o prazo é de até dez dias, mas, baseado em parecer do Ministério Público Federal (MPF), a Justiça decretou a prisão por tempo indeterminado.

Lava Jato
A Operação Lava Jato investiga um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões e provocou desvio de recursos da Petrobras, segundo investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. A nova fase da operação policial teve como foco executivos e funcionários de nove grandes empreiteiras que mantêm contratos com a Petrobras que somam R$ 59 bilhões.

Parte desses contratos está sob investigação da Receita Federal, do MPF e da Polícia Federal. Ao todo, 24 pessoas foram presas pela PF durante esta etapa da operação. Porém, ao expirar o prazo da prisão temporária (de cinco dias, prorrogáveis por mais cinco), na última terça (18), 11 suspeitos foram liberados. Outras 13 pessoas, entre as quais o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, continuam na cadeia.

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