Canetadas (Por Jurandir Carmelo) – Pesqueira/PE, 30 de Janeiro de 2015
Carta aberta ao Caríssimo amigo Pedro Henrique
– OAB/PERNAMBUCO. (Sem muito formalismo, também meu presidente)
Ao tomar conhecimento das agressões que o Senhor Presidente da Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco, deputado Guilherme Uchoa, vem promovendo contra a sua pessoa, buscando atingir a sua honorabilidade e o conceito de independência da nossa Instituição, resolvi escrever as notas abaixo, de apoio e solidariedade ao amigo e presidente da nossa OAB/PERNAMBUCO, colocando-me à sua inteira disposição, para o que der e vier.
Em CANETADAS, coluna que assino desde os 16 anos de idade (estou com 64) em jornais de Pesqueira e região, agora via internet, estou publicando essas notas, como protesto à falta de postura do Senhor Guilherme Uchoa, poderoso deputado e presidente da ALEPE, que busca lhe agredir publicamente, com atos nada republicanos, muito menos aconselhados para quem exerce a vida pública e integra um dos poderes do Estado. É no todo lamentável e condenável esse “comportamento” adotado pelo Senhor Uchoa
Aliás, quem é o Senhor Uchoa para pretender agredir a postura de um Homem de bem, antes de tudo decente, que na qualidade de Cidadão cumpre para com os seus deveres, sendo respeitado em todos os meios profissionais e sociais de Pernambuco; um Homem de bem, que na qualidade de advogado, além de brilhante, é um honesto operador do Direito, com uma banca respeitada dentro e fora dos quadrantes de Pernambuco; um Homem de bem, que na qualidade de procurador do Estado, além de reconhecida capacidade, zela pela coisa pública e que tem demonstrado competente trabalho no seu ofício, diferentemente do Sr. Uchoa, que sendo um ex-juiz (aplicador das leis) e estando deputado (construtor das leis) não zela pelo fortalecimento do legislativo, como deveria ser, isso porque sempre defendeu privilégios para os seus pares na Casa Joaquim Nabuco, passando por cima das leis e da moral política, promovendo todo o tipo de manobra, com o objetivo único de se perpetuar na presidência da Casa Legislativa, chegando a propor e conseguir mudar normas para satisfazer aos desejos e vaidades usando dos poderes do cargo para alcançar mandatos de forma permanente na Mesa Diretora da Câmara que preside.
Além disso, como presidente da ALEPE, tinha em seu gabinete um filho seu, no mais puro e condenável nepotismo, só ‘exonerando-o’, com fim do nepotismo direto no legislativo pernambucano, depois da corajosa ação da OAB/PERNAMBUCO, através do presidente Jayme Asfora, tantas vezes agredido pelo Senhor Uchoa, que sem espírito público qualquer, é o que demonstram as suas gestões, procurou à época se desviar do debate democrático e agredir o então presidente da Ordem. Mas, como se diz no interior: “encontrou pau pesado” pela frente que o obrigou a desviar do caminho, rendendo-se ao crivo da lei, pois foi forçado a acabar com o nepotismo direto na ALEPE, teve ele que tirar o filho do seu gabinete.
Mas, continuou a sua sanha de perseguir os seus tortuosos caminhos de desafiar as leis, de quebrar a ética e a ordem, enfim, a moral política nos quadrantes de uma instituição que deveria dar o exemplo de conduta retilínea que se exige na postura dos homens públicos.
Diferentemente da OAB/PE, que sempre defendeu o fim de todos os privilégios, a qualquer nível, o Senhor Uchoa luta para transformar a ALEPE, CASA JOAQUIM NABUCO na “CASA DE GUILHERME UCHOA” (Observe-se a ausência da preposição “de”, quando refiro-me à Casa Joaquim Nabuco (Patrono), mas presente quando digo Casa de Guilherme Uchoa (Status de Dono). Sim, é a casa dele! Assim pensa! É que Ele trocou a cadeira presidencial da Instituição que dirige, por um tamborete do quintal das suas vaidades, com um agravante, dele não quer sair!
É o dono? Dono, claro que não, mas negocia favores com os deputados para se manter eternamente presidente. Só falta mandar tirar do plenário o busto de Joaquim Nabuco e colocar o seu.
Tudo isso apequena, ainda mais, o legislativo pernambucano e aumenta a já desgastada confiança no parlamento, que atinge o deputado reduzindo a sua moral política. E é isso o que os parlamentares pernambucanos pretendem? Não, acho que não! Até porque houve uma renovação bastante considerável na Casa Joaquim Nabuco, e isso significa que o eleitor pernambucano não está satisfeito com o andar da carruagem política.
É hora do eleitor pernambucano, se comunicar com o seu deputado e pedir para tirar o Senhor Uchoa e o tamborete do quintal das suas vaidades que ele levou para a ALEPE.
E mais, essa briga que ele provoca com a OAB/PERNAMBUCANA e os seus mais recentes presidentes, Jayme Asfora, Henrique Mariano e agora você, meu caro Pedro Henrique, é a chamada briga do interesse pessoal, da vaidade descabida, da política com “p” minúsculo. Pequeno mesmo, do tamanho que o Senhor Uchoa está se nos apresentando! Com Jayme, deixou de debater democraticamente assuntos de interesse do Estado e partiu para agressão, descabidas agressão.
Quem é o seu Uchoa (mesmo deputado, mesmo presidente, o quase Deus da ALEPE. Pensa Ele! Diferente apenas de Deus, pois esse sim é o Poder e não faz manobra para se manter Deus)?
Meu Caro Pedro Henrique, quem é o Senhor Uchoa para vir cobrar postura de um advogado militante, que procurador do Estado e Presidente da Ordem dos Advogados, eleito democraticamente pelos seus pares, tem se conduzido à frente da nossa Instituição com honestidade e transparência, sem fazer manobras, sem barganhar por qualquer ato, seja ele lícito ou ilícito, proveito e ou favorecimento próprios, muito menos cabalar votos para a sua reeleição ao nobilante cargo de Presidente da Ordem dos Advogados de Pernambuco, até porque saiba Senhor Uchoa, que na OAB/PERNAMBUCO, não existe pauta de reeleição para Presidente e Vice, desde quando Jayme Asfora assumiu o comando da nossa instituição, lutando sempre com dignidade e decoro, prestando contas dos seus atos.
Diferentemente disso, o Senhor Uchoa que quer se perpetuar na presidência da ALEPE, custe o que custar, defendendo imorais privilégios para os deputados, como moeda de troca, a exemplo do famoso AUXÍLIO-PALETÓ, cuja verba de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) – não sei hoje o seu valor – era paga duas (02) vezes por ano a cada deputado, até mesmo àqueles que assumiam, temporariamente, em substituição aos titulares dos cargos, além de outras benesses em favor de outros tantos.
Está na hora do Senhor Uchoa deixar a presidência da casa, aliás, deixar a mesa diretora da ALEPE. Pernambuco não aceita esse tipo de comportamento, esse desvio de conduta que fere e afronta as nossas constituições e outras normas. Chega, Senhor Uchoa! Basta, Senhor Uchoa! Renuncie ao cargo de deputado, Senhor Uchoa, e peça perdão ao povo pernambucano. Vá pra Casa tomar conta do seu tamborete, e polir a sua motocicleta. O Senhor já “contribuiu” com Pernambuco. Saiba Senhor Uchoa, Pernambuco haverá de o aplaudir pelo gesto da renúncia.
Sabe porquê Senhor Uchoa? Porque basta do Senhor se utilizar dessa postura medieval! Lembre-se o feudalismo ficou para trás, não existe mais a figura do Senhor Feudal, isso prevaleceu na idade média (iniciado o feudalismo no século V), nas relações de “reciprocidades” entre vassalos e suseranos, quando o primeiro (para refrescar a inteligência do ilustre deputado), recebia terra, objetos materiais e até mesmo um castelo de seu suserano (vantagens enfim, benesses, auxílios, etc.). Está parecendo Senhor Uchoa, o filme que o Senhor vem passando nos últimos anos na “CASA DO POVO”. Casa do Povo? Ou Casa do Senhor Uchoa?
Em troca, Senhor Uchoa, o vassalo devia oferecer fidelidade absoluta e proteção ao seu suserano. É o que se lê do episódio que se reedita quando o Senhor busca, a todo custo, alcançar o 5° Mandato de presidente da Casa Joaquim Nabuco. Lembre-se a Casa, ainda, não é sua. Ainda não é a Casa de GUILERME UCHOA!
Mas, como o senhor é acostumado a tornar público os seus próprios descaminhos, a mostrar as suas vísceras antidemocráticas, não tendo discurso que o ampare, parte mais uma vez para a agressão, fato que ninguém mais estranha, já que é prática sua Senhor Uchoa deixar o debate democrático, a convivência dos contrários e partir para provações pessoais, chulas provocações, talvez querendo intimidar as pessoas, como fez primeiro com Jayme Asfora, como fez com o nosso amigo Henrique Mariano que, com dignidade e respeito, honrando a Instituição que representava (e ainda representa como Conselheiro Federal), quando Presidente da OAB/PERNAMBUCO adotou as medidas necessárias e acabou com a pouco vergonha de se pagar o “AULÍXIO PALETÓ”, duas vezes por ano a cada Senhor Deputado. Lamentavelmente a ALEPE, com o dinheiro do povo, do orçamento da “CASA DO POVO (?)”, ainda paga essa excrecência, no início e no fim de cada legislatura (mandato). Que paletó caro, não é mesmo senhor Uchoa?
Não sei o que houve com o saudoso governador Eduardo Campos quando prometeu em Praça Pública acabar com os políticos profissionais, para deixa-lo vivo politicamente. Na sua proposta de renovação, o neto de Arraes conseguiu eleger Geraldo Júlio, prefeito do Recife e Paulo Câmara, Governador de Pernambuco, cuja vitória alcançaria com Ele vivo mais facilmente, mas quis Deus que fosse com a sua morte.
Estranhamente, não sei o porquê, deixou o Senhor Uchoa como presidente da ALEPE, uma instituição que como presidente não a respeita, muito menos respeita os seus pares a quem julga de incompetentes, como afirmou ao Blog da Folha, que tem a assinatura do respeitável jornalista Márcio Didier, publicada na data de 21/01/2015, ao responder a uma pergunta, sobre alternância de poder, assim se pronunciando, como se verifica com a transcrição a seguir em destaque:
(…) Na própria Assembleia há deputado que defende a alternância de poder e é contra seu quinto mandato consecutivo.
Também defendo a alternância, desde que apareça um candidato que reúna as condições. (…)
Isso quer dizer que não existe um só deputado “QUE REÚNA CONDIÇÕES”, ou seja competência para assumir a presidência da Casa. Pasmem, todos, já são quatro (4) mandatos, cinco (5) se chegar novamente a presidir o legislativo pernambucano, e não há na Casa Joaquim Nabuco, um só deputado que reúna as condições para assumir a presidência da Mesa Diretora.
Isso tudo é uma vergonha. Pernambuco tem que ficar de joelhos perante o Senhor Uchoa? Quem é, finalmente, esse Senhor? Que força ele exerce na política do Estado? Que mando feudal ainda resta em Pernambuco?
Insisto! Isso quer dizer que dos 49 (hoje) 48 (a partir da nova posse), não há um só deputado “QUE REÚNA CONDIÇÕES” para assumir a cadeira de presidente da ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE PERNAMBUCO, ontem ‘CASA JOAQUIM NABUCO’, hoje, a quase “CASA DE GUILHERME UCHOA”?
Isso é uma afronta à inteligência dos pernambucanos, um desrespeito as nossas mais efetivas tradições democráticas, um insulto aos seus pares. E o pior: ninguém diz nada? Será que Ele tem razão, ao afirmar que não há um só deputado que reúna condições para assumir o cargo?
Meu Caro Pedro Henrique (amigo e presidente)
Receba a minha irrestrita, incondicional e absoluta solidariedade, em posição contrária ao que vem fazendo e dizendo o Senhor Uchoa para atingir a sua honra, a sua honestidade, a sua competência (coisa que o Senhor Uchoa não tem, basta ver os projetos dele, que se resumem em pedir um telhado aqui, um ponto de ônibus ali, uma passagem molhada acolá…, com certeza é um vereador um pouco melhorado dos que existem nos parlamentos das cidades pequenas…).
E essa posição de solidariedade, se estende à nossa OAB/PERNAMBUBO, a todos os seus quadros, Funcionários, Diretoria, Conselhos Federal e Estadual, Caape, Escola da Advocacia, etc., e, especialmente, a você presidente de hoje e aos nossos ex-presidentes, igualmente agredidos pelo Senhor Uchoa, Jayme Asfora e Henrique Mariano. Postado/ noPesqueiraFuxico.com
Fraternal abraço
Jurandir Carmelo
OAB/PE 11.795