Durante Parada Gay, Alckmin anuncia Museu da Diversidade
seg, 05/05/2014 – 08:35
Sugerido por Gunter Zibell – SP
Geraldo Alckmin anuncia “Museu da Diversidade” na Avenida Paulista
SÃO PAULO – Em coletiva da 18ª Parada do Orgulho Gay, governador afirma que este será um legado contra a homofobia
Vinicius Macedo
SÃO PAULO – Neste domingo (4) foi realizada no auditório da Fecomércio, próximo ao Museu de Arte de São Paulo (MASP), na capital paulistana a coletiva de imprensa da 18ª Parada do Orgulho LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais).
O evento contou com a presença do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), o prefeito Fernando Haddad (PT), a Secretária Especial dos Direitos Humanos Ideli Salvatti (PT), Fernando Quaresma, advogado e presidente da Parada do Orgulho Gay, entre outros representantes políticos e que de alguma parte fazem parte do movimento.
Ideli Salvatti destacou que “temos que mudar nosso conceito de poder. A sociedade, em sua maioria, vê poder em um homem branco, rico e hétero. Temos que mudar nossa concepção.”.
A coletiva tratou como tema principal os direitos igualitários que a comunidade LGBT tem na sociedade, e pediu a aprovação da Lei João Nery, de identidade de gênero, que entre seus artigos cita que “o exercício do direito à identidade de gênero pode envolver a modificação da aparência ou da função corporal através de meios farmacológicos, cirúrgicos ou de outra índole, desde que isso seja livremente escolhido, e outras expressões de gênero, inclusive vestimenta, modo de fala e maneirismos.”. Segundo João Nery, idealizador da Lei 122 que leva seu nome, “com a aprovação da lei que protege os GLBT, se os crimes diminuírem em 50% pode-se considerar vitória”.
Segundo alguns dados levantados durante a coletiva, o Brasil é o país que mais mata travestis e transexuais no Mundo, quatro vezes mais que o segundo colocado, o México, e em 2012 os números revelaram que houve pelo menos trinta casos de tortura ou morte por dia aos GLBT. Em contrapartida, é aqui que ocorre a maior Parada Gay do Mundo, “prova da busca por justiça e igualdade”, segundo organizadores do evento, e ontem (3) ocorreu a “maior caminhada em 12 anos na Avenida Paulista de lésbicas e bissexuais.”.
O prefeito Fernando Haddad reforçou o coro pela igualdade e o respeito e disse que hoje é “um dia não de festa, mas de luta, reflexão e mobilização contra a intolerância”, e citou que esta é uma batalha mundial, enfatizando que sete países do Mundo punem com pena de morte os GLBT.
Já o governador Geraldo Alckmin disse São Paulo é uma cidade onde reina a diversidade, e devem ser respeitados os “princípios e valores das pessoas”. Ele ainda citou que em 2013 foi criado um pequeno museu da diversidade na estação de metrô República que contou com aproximadamente 135 mil visitantes, e devido à boa recepção, será criado na Avenida Paulista, número 1.919, onde se localiza um pequeno palácio abandonado do século XIX o “Museu da Diversidade”, “um legado contra o preconceito”.
Perguntado sobre a discriminação nas escolas, ele afirmou que a Secretaria da Educação prepara os professores para orientarem as crianças sobre a diversidade, seja ela de religião, sexo, raça ou orientação sexual.
O presidente do evento, Fernando Quaresma, afirmou que a mudança de data não prejudicou a Parada Gay, e que ela ocorreu porque reservas em redes hoteleiras já foram realizadas para a Copa do Mundo, e “como a manifestação do orgulho LGBT atrai diversas pessoas do Brasil e do mundo, a antecipação do evento foi uma forma de não congestionar os hotéis e causar desconforto às pessoas”, mas disse que em 2015 o evento segue em seu mês tradicional, junho.