Djanira Silva do Rego Barros, ou simplesmente Djanira Silva, a sempre menina de seu Carlos e dona Antonia.
A pesqueirense Djanira Silva é uma das homenageadas na 1ª Bienal do Livro de Pesqueira, uma promoção da prefeitura de Pesqueira em parceria com várias entidades, destacando-se aqui a FUNDAJ – Fundação Joaquim Nabuco e a Fundação Zeferino Galvão (Zeferino Galvão é o outro homenageado).
Acertou o prefeito Evandro Chacon, em atender o chamamento desse outro pesqueirense, o meu amigo José Florêncio a quem considero a estante itinerante da cultura de Pesqueira. Florêncio carrega em si, páginas importanmtes da nossa história. Essa bienal faz o reencontro com as nossas raízes culturais e significa o início do resgatar da nossa história, nomeando homenageado um morto, ninguém mais do que Zeferino Galvão, merecidamente lembrado. E do mundo dos vivos, Djanira Silva, que representa e retrata a cultura de ontem e de hoje. Parabéns aos organizadores!
A homenageada é filha do saudoso casal Carlos Silva e dona Antonia Gamboa da Silva, a cuja família faço a saudação através do amigo, conterraneo, conteporaneo e brilhante advogado, Paulo Fernando Gamboa da Silva, ou simplesmente Paulo Gamboa.
Djanira, não só encantou a todos pelo eterno brilho de seus apaixonantes olhos verdes, mas também pela eterna beleza estampada no seu rosto de formato angelical e pelo brilhante talento que trás na sua alma, o que evidencia o seu espírito de liderança, a sua marcante presença social.
Djanira alegrava qualquer ambiente no qual chegava. Dizia a minha saudosa mãe, dona Ninfa: “A filha de seu Carlos e Antonia, era um amor de pessoa. Seu Pai, meu filho – (o saudoso jornalista Paulo de Oliveira, também lembrado nesta bienal, a primeira de Pesqueira), tinha muita consideração por Ela. Logo cedo, em sua mais terna idade Djanira assinava a coluna social da “Folha de Pesqueira”, jornal de Paulo. E dava conta do recado. Assim era vista pelos seus contemporaneos e amigos (as).
Sou de uma geração um pouco mais adiante da querida amiga e escritora. Passei a admirar o seu trabalho lendo a sua coluna na Folha de Pesqueira, que além das notícias sociais, publicava seus contos, suas poesias, conquistando a todos com os seus ensaios literários. E tudo começou aos seus 17 anos de idade. E de lá pra cá Djanira fopi somando as suas conquistas, as suas vitórias.
Fiquei feliz quando tomei conhecimento da homenagem que a 1ª Bienal do Livro de Pesqueira faz a Djanira, porque reconhecidamente justa. Poucos têm o seu perfil cultural, carregado de um curriculum de sucessos, que a faz festejada mundo afora, Brasil adentro.
A sua desenvoltura com as letras é algo impressionante, é mais do que isso, é um dom divino. E ela soube trabalhar esse dom quer na poesia, nos contos, nas crônicas, nos ensaios literários. E escreve com simplicidade, sem os chavões escritos para dentro de si mesmo.
Djanira é diferente! Ela escreve com sensibilidade, de dentro para fora e nos toca com a sua liguagem poética, transmitindo valores e mostrando o ambiente que descreve de forma clara.
Vejam o poema “MEUS ANJOS” (Página 13, do sue livro “Em Porto morto, Recife – Editora Liceu – 1980).
MEUS ANJOS
Os anjos da minha infância
As rosas da capelina
Os sinos da catedral.
A minha fé.
Os longos cabelos loiros
O riso que eu soube rir
O cheiro do limoeiro
Aonde estão?
O muro da casa velha
O grande pé de romã
A antiga e gorda mangueira
E eu?
Djanria nos encanta, ao mesmo tempo que enobrece a nossa terra Pesqueira. Colaborou em jornais, publicou livros, recebeu prêmios, faz parte de várias instituições literárias. É sem dúvida, um dos nossos orgulhos!
Colaborou com a “A Voz de Pesqueira” (de Eugênio Chacon); com “A Folha de Pesqueira” (de Paulo de Oliveira); e na capital do Estado com o Diário de Pernambuco; Jornal do Commercio; Diário da Noite; Folha da Manhã.
Publicou diversos livros, a saber: Em ponto morto (1980); A magia da serra (1996); Maldição do serviço doméstico e outras maldições (1998); A grande saga audaliana (1998); Olho do girassol (1999); Reescrevendo contos de fadas (2001); Memórias do vento (2003); Pecados de areia (2005); Deixe de ser besta (2006); A morte cega (2009).
Por esse trabalho desenvolvido recbeu o seguintes prêmios: Prêmio Gervásio Fioravanti, da Academia Pernambucana de Letras, 1979; Prêmio Leda Carvalho, da Academia Pernambucana de Letras, 1981; Menção honrosa da Fundação de Cultura Cidade do Recife, 1990; Prêmio Antônio de Brito Alves da Academia Pernambucana de Letras, 1998 e 1999; Prêmio Vânia Souto de Carvalho da Academia Pernambucana de Letras, 2000; e Prêmio Vânia Souto de Carvalho da Academia Pernambucana de Letras, 2010.
Djanira faz parte das seguintes Entidades Literárias:
Academia de Letras e Artes do Nordeste – Djnaria assume a Cadeira 51, cujo patrono é o pesqueirense Audálio Alves, um dos mais reconhecidos poetas pernambucanos. Nessa academia ainda termos dois patronos pesqueirenses. Zeferino Galvão, cuja cadeira é assumida pelo pesqueirense Luiz de Freitas Lima, um poeta lírico, ficadas raízes nas terras da Mutuca; e Potiguar Matos;
Academia Pesqueirense de Letras e Artes;
União Brasileira de Escritores – UBE – Seção Pernambuco;
Sociedade Brasileira de Médicos Escritores (Regional Pernambuco) – Sócio colaborador.
Ninguém melhor, portanto, para abrir as homenagens da 1ª Bienal do Livro de Pesqueira, no mundo dos vivos, do que Djanira Silva, a eterna menina dos olhos verdes de seu Carlos e dona Antonia.
E para fechar essa simples homenagem que Canetadas, por seu autor lhe faz, o poema SOLIDÃO (obra citada, pág. 13), de sua autoria:
SOLIDÃO
Eu vou deixar que a madrugada chegue
Devagarinho, de mansinho e leve
Vou pensar no amor que nunca tive,
Vou pensar no caminho que desfeito
Pelas longas caminhadas se perdeu.
Pelos longos caminhos esquecidos
Pelas noites tenebrosas sem encontros
Pelo dias estendidos e curtidos
Por tudo que não fui e nem serei.
Eu vou deixar que a madruga chegue
Vou consentir que o amanhecer me leve
Vou permitir que o anoitecer me mate
Antes até que a madrugada chegue.
À inteligente colaboradora do jornal de papai, a FOLHA DE PESQUEIRA, o fraternal abraço da família do saudoso jornalista Paulo de Oliveira.