A carência de termos técnicos da anatomia e fisiologia humana em Libras foi o principal motivo que levou estudantes e professores do IFPE Campus Pesqueira a desenvolver o projeto Lonji. Desde 2014, eles produzem vídeos explicando os termos técnicos em linguagem de sinais e disponibilizam ,gratuitamente, o material no site www.lonji.com.br.
No grupo de trabalho, há estudantes do curso de bacharelado em enfermagem, aluno surdo de curso técnico, pedagoga, administradores, especialistas e intérpretes de libras. De acordo com Ronny de Menezes, professor e um dos coordenadores do Lonji, muitos estudantes com surdez não dispõe de um vocabulário técnico, como por exemplo, o esqueleto axial, meninges, timo, dentre outros.
“Vendo essa realidade, o IFPE se propôs a planejar e executar o projeto. Catalogamos os sinais de vários órgãos do corpo humano dos seus principais sistemas, e, criamos sinais para os termos que não tinham um equivalente em Libras, feito por um estudante surdo do próprio IFPE. Além disso, acrescentamos informações sobre a função desses órgãos”, explicou Menezes.
Todo o projeto foi financiado pelo CNPq e recebeu 90 mil reais para sua execução, auxiliando nas despesas com nove bolsas, construção do site, compra de computadores e royalites de imagens. O trabalho foi desenvolvido em dois anos, entre pesquisa, tradução e editoração de imagens e vídeos.
Lonji – A palavra Lonji é de origem indígena e significa “visão”. De acordo com o grupo de pesquisa, ela foi escolhida por refletir o contexto em que o trabalho foi desenvolvido, pois a cidade de Pesqueira tem uma reserva indígena com valor histórico-social imensurável.
O glossário já está auxiliando alunos do ensino médio e superior, intérpretes de libras e professores que necessitam se comunicar em Libras de uma maneira mais específica com estudantes surdos.
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