Compositor pernambucano morou em casa que fica no Espinheiro, na Zona Norte do Recife. Desapropriação vai ficar sob responsabilidade da Procuradoria Geral do Estado de PE.
Por G1 PE
A desapropriação foi decretada próxima ao dia em que o compositor completaria, 103 anos, se estivesse vivo, em 28 de outubro, e aos 20 anos do falecimento de Capiba. Segundo o governo, o decreto “destina-se à preservação e conservação da Casa de Capiba, a fim de manter a memória artística de Pernambuco”.
Lourenço da Fonseca Barbosa, conhecido como Capiba, nasceu em Surubim, no Agreste de Pernambuco. O artista compôs mais de 200 canções, em sua maioria frevos, ritmo que o consagrou como uma das maiores expressões da música pernambucana e brasileira. Entre as canções, estão ‘Oh bela!’ e ‘Madeira que cupim não rói’. Capiba morreu em 31 de dezembro de 1997, deixando um legado que reúne entre sambas a músicas eruditas.
Ainda segundo o decreto, as despesas com a execução da desapropriação serão de responsabilidade do Tesouro Estadual. A responsabilidade de desapropriação do imóvel ficará a cargo da Procuradoria Geral do Estado de Pernambuco (PGE-PE).
Por meio de nota, a PGE-PE informa que a primeira etapa do processo de desapropriação consiste na avaliação do imóvel, que é realizada pela Secretaria de Administração. “Com o laudo de avaliação pronto, a PGE-PE irá procurar os proprietários para realizar a negociação. Não há prazos específicos para cada etapa, porém o Estado trabalhará para que tudo corra de maneira célere, com vistas ao objetivo de preservar e conservar a Casa de Capiba”, traz o texto.
Ainda de acordo com a PGE-PE, o secretário de Administração de Pernambuco, Milton Coelho, entrou em contato com a viúva de Capiba, Dona Zezita, proprietária do imóvel, para explicar “as etapas do processo até o final, garantindo que não haverá prejuízos com a declaração de utilidade pública do imóvel e consequente desapropriação”.
Memória preservada
A casa em que Manuel Bandeira morou na infância, na Rua da União, foi transformada em um centro cultural, chamado ‘Espaço Pasárgada’, que abriga a Coordenadoria de Literatura da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) e tem programação cultural constante.
Recife também foi o lar do escritor Gilberto Freyre. Localizado no bairro de Apipucos, na Zona Norte do Recife, a Casa-Museu Magdalena e Gilberto Freyre reúne objetos que aproximam os curiosos do autor e sua história. O local é administrado pela Fundação Gilberto Freyre (FGF). A construção, reconhecida como casa-grande original do século 19, abriga o conjunto de objetos colecionados, guardados e ordenados pela família Freyre. O acervo é base de pesquisa e local de visitação.
Já a casa em que a escritora ucraniana Clarice Lispector morou com a família, no bairro da Boa Vista, na região central do Recife, se encontra atualmente fechada, com sinais de depredação. O imóvel em que Clarice morou na infância fica na esquina da Rua do Aragão com a Travessa do Veras, ao redor da Praça Maciel Pinheiro, onde há uma estátua da escritora.