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Hospital e Casa de saúde São José em parceria com o Mais Saúde trazendo informativos e dicas de Saúde!

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Drauzio Varella

A associação entre cigarro e câncer de pulmão foi estabelecida nos anos 1950.

Naquele tempo, o poder de dissuasão da indústria tabaqueira era enorme. As fortunas investidas em publicidade lhes davam o poder de controlar os meios de comunicação de massa.

Qualquer menção aos malefícios do fumo era rebatida por “cientistas” de aluguel encarregados de criticar a metodologia dos estudos apresentados. Quando essa estratégia não dava resultado, ameaçavam com o corte das verbas publicitárias.

Existem dois grupos de cânceres de pulmão: os carcinomas de pequenas células e os de não pequenas células, grupo ao qual pertencem os adenocarcinomas, os carcinomas de células escamosas e outros.

Nos anos 1950, os adenocarcinomas correspondiam a cerca de 5% dos casos. Como os inquéritos epidemiológicos apresentavam resultados contraditórios, muitos admitiam que esse seria o único subtipo que não guardaria relação com o fumo.

No decorrer das décadas de 1960 e 1970, no entanto, a incidência dos adenocarcinomas aumentou abruptamente, a ponto de torná-los os tumores mais prevalentes no sexo masculino e nos fumantes mais jovens.

Entre 1990 e 1994, entretanto, foi demostrado que se tratava da histologia mais frequente também em mulheres e em homens de qualquer idade, brancos ou negros.

Qual seria a explicação?

Nesse período, convencida de que se tornava impossível conter e desmentir a enxurrada de evidências científicas que relacionava fumo ao câncer, a indústria investiu pesado na comercialização de cigarros com filtro. Surgiram, então, os famigerados “light” e “ultralight”, apresentados criminosamente como cigarros mais seguros por conter teores mais baixos de alcatrão e nicotina.

Resultado: as marcas com filtro que ocupavam cerca de 1% do mercado nos anos 1950, chegaram a 60% nos anos 1960, e a mais de 90% no decorrer da década de 1980.

Os números do Surveillance, Epidemiology, and End Results database (SEER), do governo americano, não deixam dúvidas: esse sucesso mercadológico precedeu e acompanhou o crescimento exponencial dos casos de adenocarcinoma.

Em 2006, no decorrer do processo “United States v. Phillip Morris et al”, os executivos da indústria declararam à Justiça americana, que sempre souberam que a denominação “baixos teores” era arbitrária e desprovida de outro sentido que não o mercadológico.

Fonte: drauziovarella.com.br

 

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