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(MISTÉRIO DESVENDADO!)Suspeito de sequestrar e matar menino há 20 anos é identificado após maior operação de coleta de DNA da história na Holanda

Por BBC

Nicky Verstappen foi encontrado morto na floresta durante um acampamento de verão (Foto: Netherlands Police)

Nicky Verstappen foi encontrado morto na floresta durante um acampamento de verão (Foto: Netherlands Police)

A polícia holandesa está perto de solucionar um crime que ocorreu há duas décadas: o desaparecimento e a morte do estudante Nicky Verstappen.

O ex-chefe de escoteiros Jos Brech, principal suspeito do crime, foi preso na Espanha no domingo. Ele foi identificado como suspeito após a maior operação de coleta de DNA da história da Holanda.

O processo de extradição está em andamento.

“Jos B, 55 anos, suspeito de morte de Nicky Verstappen, foi preso no domingo à tarde na Espanha. Ele está detido sob custódia e será entregue à Holanda”, informou um comunicado da polícia de Limburg, no sul do país, onde ocorreu o crime.

Nicky, que tinha 11 anos, participava de um acampamento de verão, em agosto de 1998, quando desapareceu da barraca em que estava. Seu corpo foi encontrado no dia seguinte na floresta.

Uma das únicas pistas que a polícia tinha era o DNA encontrado nas roupas do jovem. E, na tentativa de encontrar o assassino, realizou uma megaoperação.

Mais de 14 mil homens doaram amostras de DNA voluntariamente para a investigação – nenhum deles era suspeito. Mas, ao comparar as amostras, era possível dizer se um parente do doador poderia ser compatível, restringindo assim as buscas.

Jos Brech, que morava na região onde o corpo de Nicky foi encontrado, não participou da convocação voluntária para coleta de DNA.

Em 1998, ele foi filmado passando pelo local do crime, alguns dias após o assassinato, pouco depois da meia-noite. Chegou a ser interrogado pela polícia, na ocasião, mas foi considerado inocente.

Jos Brech em fotos compartilhadas pela polícia (Foto: Netherlands Police)

Jos Brech em fotos compartilhadas pela polícia (Foto: Netherlands Police)

Jos Brech tinha viajado para a região de Vosges, no leste da França, no outono do ano passado e foi dado como desaparecido pela família em abril deste ano, após a operação para a coleta de DNA.

Ele era conhecido por ser um especialista em técnicas de sobrevivência na selva, capaz de permanecer na floresta por longos períodos de tempo.

Após ser dado como desaparecido, a polícia realizou buscas na casa dele e descobriu que ele era 100% compatível com o DNA encontrado nas roupas de Nicky.

A prisão ocorreu depois de um apelo público feito pela polícia, na semana passada, em que os investigadores compartilharam fotos de Jos Brech. Um holandês que mora na Espanha reconheceu o suspeito e avisou a polícia.

O homem, de 48 anos, contou que viu Jos Brech na cidade de Castelltercol, ao norte de Barcelona, no mês de julho, e disse que havia conversado com ele.

“Ele morava em uma barraca na floresta, perto de uma casa em que várias pessoas estão hospedadas há anos. É uma espécie de comunidade, onde eu também morei por muito tempo”, afirmou ao jornal “Telegraaf”.

Berthie Verstappen, mãe de Nicky, disse à TV holandesa que a família não imaginava que a prisão aconteceria tão rápido após o apelo da polícia.

“Esperamos que haja agora respostas rápidas para todas as nossas perguntas”, acrescentou.

Um advogado de renome disse estar disposto a defender Jos Brech, já que havia vestígios de DNA de outras pessoas no corpo de Nicky também.

Um assassinato que chocou a Holanda

Anna Holligan, BBC News, Haia

O crime assombrou e fascinou os holandeses por duas décadas.

Nicky Verstappen, o estudante de sardas, virou símbolo de uma ameaça insondável e sem rosto para nossos filhos.

Agora, o principal suspeito está sob custódia na Espanha, e espera-se que um mandado de prisão europeu emitido na semana passada facilite seu retorno ao país, onde o crime foi cometido.

A Holanda tem desejo de justiça e, em alguns casos, de vingança.

Se Jos Brech negar as acusações, o desafio para os promotores vai ser garantir que a emoção não interfira no direito do suspeito de ter uma audiência justa no tribunal.

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