Por nota, assessoria de imprensa da UPA da Caxangá disse que homem agrediu verbalmente outros doentes e funcionários. Músico negou que isso tenha acontecido.
Por g1 PE
Músico mostra hematomas na perna enquanto aguardava do lado de fora da UPA sem atendimento após receber alta administrativa. — Foto: Cortesia
Uma disputa por um leito na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Caxangá, na Zona Oeste do Recife, terminou com um paciente sendo retirado do local, antes do fim do tratamento. O músico Leandro Matias do Nascimento, de 41 anos, afirmou que passou a manhã toda do lado de fora da unidade sem atendimento médico, após receber alta administrativa.
O caso aconteceu no domingo (18). Na noite de segunda (19), Leandro enviou ao g1 imagens que mostram o momento em ele estava do lado de fora da UPA ainda com o acesso venoso na mão e a pulseira de identificação.
O músico contou que foi levado ao local na sexta-feira (16), após um acidente de moto. Ele disse que fez questionamentos sobre o tratamento recebido e que saiu do leito em um momento para “tomar um ar”, mas quando voltou o local tinha sido ocupado por outro paciente.
“Me retirei um pouco e fiquei sentado na frente do quarto. Chegou um rapaz e perguntou o que eu estava fazendo fora do quarto. Eu disse que me retirei para respirar, que tinha muita gente tossindo. Conversei com a assistente social e ela disse que, se eu me retirasse para ir ao banheiro e precisasse da minha vaga para uma pessoa, eu iria perder a vaga”, afirmou.
O homem afirmou que não houve nenhum tipo de agressão ou discussão com profissionais de saúde ou pacientes. Alegou que aconteceu “uma conversa” e um médico determinou que ele fosse embora sem concluir o tratamento.
“Não houve bate-boca e nem agressão. O médico deu baixa no meu prontuário, disse que me retirasse da instituição e que foi agredido por mim. Eu estava com acesso na veia, pulseira no braço. Consegui uma ajuda do Samu, que me trouxe para a UPA dos Torrões e estou sendo transferido para o Hospital Otávio de Freiras. Vou precisar fazer cirurgia. Meu caso é sério”, declarou.
Paciente com acesso venoso e pulseira de internação da UPA da Caxangá — Foto: Cortesia
O músico afirmou que ficou “constrangido com a situação” e que irá ingressar com uma ação contra o governo de Pernambuco.
“Tenho as fotos e testemunhas. Não vou deixar passar impune. Como eu fui tratado daquela forma, acredito que outras tenham sido também”, disse.
O qur diz a UPA
Por nota, a assessoria de imprensa da UPA da Caxangá confirmou que o paciente recebeu alta administrativa e justificou que, “após sair espontaneamente, o que não é permitido para pacientes em atendimento”, o homem provocou uma confusão ao voltar e encontrou o leito em que estava ocupado.
“Em decorrência disso, agrediu verbalmente o paciente no leito e funcionários, perturbando o sossego e bem-estar público, com conduta intimidadora. Ele também desacatou os funcionários e, por isso, a polícia foi chamada para o reestabelecimento da ordem”, disse, no comunicado.
Ainda segundo a unidade de saúde, o paciente estava consciente e orientado, “com condição clínica avaliada por médico da unidade para procurar outro serviço” e, por isso, recebeu alta administrativa, mas “se recusou a retirar o acesso”.
A reportagem entrou em contato com a Polícia Militar para saber quais procedimentos foram adotados pela corporação após ser acionada pela UPA, mas a assessoria de imprensa informou que o batalhão da área não tem registro da ocorrência.