Confronto entre PMs e manifestantes marca protesto contra Copa no DF
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Manifestação teve como saldo a prisão de três manifestantes; ao menos 2 pessoas foram levadas ao hospital com ferimentos
Terminou em confronto o protesto contra a Copa do Mundo realizado no Distrito Federal, nesta terça-feira (27). Manifestantes que faziam um ato em frente à rodoviária do Plano Piloto seguiram em direção ao Estádio Nacional Mané Garrincha, mas, antes de chegarem ao destino, passaram a atirar paus, pedras e até flechas em direção aos policiais militares, que organizaram uma barreira de contenção para evitar a aproximação do grupo e reagiram com gás lacrimogêneo.
No total, três manifestantes foram presos e ao menos duas pessoas foram levadas ao Hospital Regional da Asa Norte com ferimentos leves.
O protesto, que reuniu integrantes de comitês populares, do MTST e de organizações indígenas, levou à interdição de parte do Eixo Monumental, via que passa ao lado do estádio. Na arena, atualmente está em exibição o troféu da Copa do Mundo, cuja abertura é no próximo dia 12 de junho, em São Paulo.
Houve também protesto de indígenas reivindicando por seus direitos na Esplanada dos Ministérios. Cerca de 250 policiais acompanharam a manifestação, que também teve confronto entre manifestantes e as forças de segurança.
Protesto no STF
Mais cedo, cerca de 500 índios de pelo menos 100 etnias participaram de outro protesto, em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília. Eles protocolaram queixa-crime contra os deputados Luíz Carlos Heinze (PP-RS) e Alceu Moreira (PMDB-RS), que, segundo as lideranças, discriminaram a população indígena.
“Esses parlamentares incitaram o racismo e o preconceito contra a população indígena quando, em audiências públicas oficiais, fizeram falas discriminatórias, dizendo que índios, gays, lésbicas e quilombolas são tudo o que não presta no Brasil”, disse Kleber Karipuna, representante da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira.
Há dois meses, a queixa contra os mesmos deputados foi apresentada à Procuradoria-Geral da República (PGR). “A denúncia foi feita, mas a gente percebeu que não houve um seguimento”, disse Sonia Guajajara, da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil.
Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da PGR informou que todas as ações protocoladas sobre o caso estão sob análise. O gabinete do deputado Alceu Moreira lembrou que o parlamentar criticou apenas o governo e o ministro Gilberto Carvalho por, nas palavras do deputado, “orquestrar os conflitos sociais”.
A assessoria de Luíz Carlos Heinze informou que, à época da apresentação da primeira denúncia à PGR, o deputado esclareceu que não criticou os povos indígenas e nem as comunidades quilombola ou homossexual, mas, sim, algumas lideranças de movimentos sociais.
* Com Agência Brasil