“Foi muito agoniante. Pensei que ia morrer”, disse o taxista de 38 anos que passou quatro dias no porta-malas do seu carro, após ter sido sequestrado em Bezerros, no Agreste de Pernambuco. Na manhã desta terça-feira (21) ele foi ouvido pelo delegado Flávio Pessoa na 1ª Delegacia de Polícia Civil de Caruaru, na mesma região. A vítima foi encontrada no sábado (18) em Garanhuns, também no Agreste.

O taxista contou que os sequestradores o ameaçaram durante o tempo em que ele ficou preso. “Disseram que iriam tocar fogo no carro comigo dentro e tudo”, enfatizou a vítima. Ele contou que saiu do porta-malas do carro apenas quando os criminosos foram pegar o estepe.

O homem ainda ressaltou que não sabe o motivo pelo qual foi retido pelos criminosos. A vítima também não sabe se vai continuar na profissão. Ele alega que a categoria dos taxistas é muito exposta e sem nenhuma segurança.

Inicialmente, o delegado responsável pelas investigações do sequestro será Antônio Dutra, que atua em Bezerros. “Ele já está tomando ciência de tudo o que aconteceu. Eu tomei algumas medidas iniciais, como encaminhar a vítima ao Instituto Tavares Buril para que seja realizado um retrato falado dos seqüestradores”, informou o delegado Flávio Pessoa.

Entenda o caso
O taxista trabalhava numa praça de táxi de Caruaru e ficou quatro dias desaparecido. Uma parente dele relatou ao G1 que o homem teria ido buscar um grupo de passageiros em João Pessoa, na Paraíba. Ele teria parado em Bezerros para realizar uma corrida. Ainda segundo ela, três pessoas solicitaram o serviço e, em seguida, anunciaram um assalto.

A parente também contou que os suspeitos obrigaram a vítima a dirigir até Jaboatão dos Guararapes, na região Metropolitana do Recife. No local, o taxista teria sido amarrado e colocado no porta-malas do próprio carro. O grupo teria seguido viagem e abandonado o veículo emGaranhuns.

A vítima foi localizada em estado debilitado, de acordo com o delegado regional de Garanhuns, Alisson Câmara. Ele informou que a PM realizou os primeiros socorros e levou o taxista para o Hospital Regional Dom Moura, no mesmo município.