03/06/2015 10h42 – Atualizado em 03/06/2015 11h00
Relatório mostra teor de mensagens trocadas entre Bené e Virgílio Guimarães.
Eles são investigados pela Operação Acrônimo, deflagrada na última semana.
Do G1, em Brasília, com informações do Bom Dia Brasil
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Relatório do Núcleo de Inteligência da Polícia Federal (PF) ao qual o Bom Dia Brasil teve acesso detalha como a empresa do ex-deputado federal petista Virgílio Guimarães (MG) recebeu dinheiro do empresário Benedito de Oliveira Neto, o Bené, um dos presos na semana passada pela Operação Acrônimo, da Polícia Federal (PF).
A ação policial, deflagrada para combater um esquema de lavagem de dinheiro e de recebimento por contratos não executados com o governo federal, investiga inclusive a primeira-dama de Minas Gerais, Carolina Oliveira Pimentel, mulher do governador Fernando Pimentel.
Bené também tem ligações com o governador mineiro. O empresário, que é dono de uma gráfica, prestou serviço para a campanha de Pimentel, em 2010. No passado, Benedito Neto chegou a ser investigado por supostas ligações com a produção de dossiês contra candidatos do PSDB.
Virgílio Guimarães, que no julgamento do mensalão do PT foi acusado de ter apresentado o empresário Marcos Valério à cúpula petista, aparece no relatório da PF trocando mensagens com o empresário preso pela Operação Acrônimo. Antes, no entanto, o documento policial registra mensagens de Bené para outro investigado, Victor Nicolato.
Na troca de mensagens, ocorrida em 25 de abril de 2013, os dois citam a empresa de Guimarães, a Brasil Século III. “Vitor, segue a conta para fazer aquele assunto dos 250. Precisa ser feito de hoje para segunda”, escreveu Bené.
O empresário, na sequência, encaminha ao interlocutor o número da conta corrente e o CNPJ da empresa de Virgílio Guimarães. E destacou em outro texto o valor que deveria ser repassado ao ex-parlamentar do PT: “Faz 3 x 83.333,00.”
O relatório da Polícia Federal diz que chamou a atenção dos agentes “a forma como os depósitos devem ocorrer, de maneira fracionada, possivelmente para evitar controle do Coaf”, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras, órgão ligado ao Ministério da Fazenda que é responsável pela prevenção da lavagem de dinheiro.
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A PF também identificou que, no dia 2 de abril de 2013, Guimarães enviou, pelo menos, quatro mensagens de texto para Bené para passar dados de contas correntes de outras empresas para as quais o empresário deveria depositar valores que iam de R$ 50 mil a R$ 200 mil.
Os policiais federais concluíram que, somente nessas mensagens, é possível identificar o envio de R$ 750 mil de Benedito Neto para o ex-deputado petista ou para empresas indicadas por ele.
Por telefone, Guimarães afirmou à TV Globo que o dinheiro repassado por Bené foi aplicado em um projeto de recuperação de uma cooperativa de garimpeiros de Serra Pelada, no Pará.
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Ministério da Fazenda, Polícia Federal