23/02/2015
Sessenta e cinco armas e 20 mil munições foram apreendidas na sexta (20).
Polícia Civil acredita que material iria alimentar quadrilhas no estado.
Um médico e uma psicóloga pernambucanos são procurados pela polícia suspeitos de serem donos de um arsenal com 65 armas de fogo e 20 mil munições, apreendido na última sexta (20), em Caruaru, no Agreste de Pernambuco. O casal já foi denunciado pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) por porte ilegal de arma de fogo em janeiro, estando desaparecido desde então. Os detalhes da operação foram apresentados pelo delegado João Leonardo, do Departamento de Repressão ao Narcotráfico (Denarc), na manhã desta segunda (23), no Recife.
No momento da apreensão, a polícia ainda prendeu dois homens e uma mulher. Os três acabaram então denunciando o casal. Ao checar os antecedentes criminais, a polícia descobriu o indiciamento anterior pelo MPPE, e o casal também passou a ser procurado pelo Denarc. “Já temos algumas linhas de investigação. Temos esperanças de prendê-los”, garante o delegado João Leonardo.
As investigações que culminaram na apreensão do arsenal já duravam um mês. “Estávamos investigando o tráfico de entorpecentes no Recife e recebemos a informação de que um fornecedor de Caruaru vendia armas e munições para uma quadrilha do Recife. Deslocamos uma equipe para Caruaru. Realizamos buscas e, na sexta à noite, conseguimos localizar o imóvel em que estavam as armas”, conta. O imóvel fica no bairro de Nossa Senhora da Conceição e as armas estavam escondidas no forro do teto de um dos seus quartos.
Entre o material apreendido, estavam 31 espingardas calibre 12, dois fuzis, uma submetralhadora e uma pistola. Boa parte dessas armas é de uso restrito das Forças Armadas e seria vendida a assaltantes de bancos e carros-fortes, conforme as investigações. Também foram apreendidas dezenas de facões e munições para diversos tipos de revólveres. Nesse caso, a polícia acredita que o material era vendido a possíveis homicidas. Além disso, foram encontrados artefatos utilizados na fabricação de munições, como espoletas para explosivos.
“As armas eram vendidas para quadrilhas de todo o estado. E, com essa apreensão, esperamos que ocorra uma redução no número de homicídios e assaltos a bancos”, afirma o delegado João Leonardo. Esta é a maior apreensão de armas realizada pelo Denarc desde a sua criação, em 2008. O arsenal era tão grande que a polícia precisou de dois dias para retirar todo o material do imóvel. Depois de periciadas, as armas serão encaminhadas ao Comando de Operações e Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil, localizado no bairro de São José, Centro do Recife. “Estamos pedindo ao Exército que destrua as armas”, ressalta o delegado.
Os presos na última sexta vão responder por porte ilegal de arma de fogo, munição e artefatos para fabricação de munição. A pena pode chegar a 15 anos de reclusão. Enquanto aguardam julgamento, os dois homens estão no Centro de Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, Grande Recife. Já a mulher está na Colônia Penal Feminina do Recife, Zona Oeste da capital. Ainda segundo João Leonardo, a mulher e um dos suspeitos já têm passagem pela polícia pelo mesmo crime.