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A Polícia Federal faz na manhã desta segunda-feira busca e apreensão na residência oficial do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A casa é um imóvel oficial da República e fica em região nobre do Lago Sul de Brasília, na chamada “península dos ministros”. Cerca de cinco veículos oficiais da polícia cercam a residência do Distrito Federal, onde Cunha, que foi acordado por volta das 6h da manhã, está presente acompanhado os trabalhos. Casas e escritórios de Cunha no Rio de Janeiro também estão sendo objetos de escrutínio da Polícia.
Também foram alvos de busca e apreensão PF as casas de outros cinco peemedebistas de influência: os ministros Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) e Henrique Eduardo Alves (Turismo), o deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE) e o senador e ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão (PMDB-MA). Também é investigado Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, a processadora de gás natural da Petrobras, e ex-deputado federal e ex-senador. Outro alvo das buscas é o senador Fernando Bezerra (PSB-PE), ex-ministro de integração. O alvo principal é o PMDB.
As ações são parte da Operação Catilinárias da PF, que cumpre 53 mandados em vários estados (9 no Distrito Federal, 15 em São Paulo, 14 no Rio de Janeiro, 6 no Pará, 4 em Pernambuco, 2 em Alagoas, 2 no Ceará e 1 no Rio Grande do Norte). O nome da Operação faz referência aos discursos do cônsul romano Cícero contra Lúcio Sérgio Catilina, senador e militar romano célebre por tentar derrubar a República. Uma das falas de Cícero começa assim: “Até quando, Catilina, abusarás da nossa paciência? Por quanto tempo a tua loucura há de zombar de nós?”.
A ordem das ações é do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, que é o encarregado de analisar os casos referentes à Operação Lava Jato. Na casa de Cunha, a PF documentos, requisições e está autorizada inclusive para vasculhar os e-mails, podendo apreender computadores e dispositivos eletrônicos portáteis. Até o celular pessoal do presidente da Câmara pode ser confiscado. Até as 9h20 os policiais permaneciam na casa de Cunha.
Uma das causas das buscas na residência de Cunha é de que o presidente da Câmara faria chantagens a empresários. Por meio de deputados aliados, ele teria ameaçado realizar requerimentos de investigações a empresas. Apesar de apresentado por outras pessoas, os documentos seriam elaborados em seu gabinete.
Cunha já foi denunciado ao STF por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O Supremo, contudo, ainda não deu resposta se aceita ou não as denúncias contra Cunha, tornando réu o presidente da Câmara. As buscas por documentos visam a saber exatamente qual é a relação do presidente da Câmara com contas na Suíça em seu nome, de recursos de origem suspeita. Investigações dos ministérios públicos brasileiro e suíço indicam que Cunha seria abastecido com dinheiro de propina de obras da Petrobras.
Partidos pedem ao Ministério Público o afastamento de Cunha da presidência da Câmara. Nesta terça
Se forem encontradas na casa de Eduardo Cunha de que ele está mesmo interferindo no processo contra ele, pode ser aberta uma nova ação do MP junto ao ministro do STF Teori Zavascki.
O presidente Renan Calheiros (PMDB-AL), em conversa informal com jornalistas, disse que se o presidente da Câmara continuasse com essa ação de impedir as investigações contra ele, Cunha poderia acabar preso.
Com informações do repórter Jovem Pan em Brasília José Maria Trindade.