Proibição vale para espaços públicos e privados em todo o estado, entre a sexta-feira pré-carnavalesca e a Terça-feira Gorda. Anúncio foi feito pelo governo estadual nesta terça (8).
Por g1 PE
08/02/2022 17h54 Atualizado há 2 horas
00:00/00:00
Governo de PE cancela festas de carnaval e explica regras para conter avanço da covid-19https://cf50dcbff49a5c37220486e548f0b092.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
O governo de Pernambuco confirmou, nesta terça-feira (8), o cancelamento de festas de carnaval em todo o estado e proibiu a realização de eventos de qualquer tipo entre os dias 25 de fevereiro e 1º de março, a sexta pré-carnavalesca e a Terça-Feira Gorda, respectivamente (veja vídeo acima). A proibição vale para espaços públicos e privados.
“Nosso objetivo é desestimular situações que possam gerar aumento da contaminação”, declarou o secretário estadual de Saúde André Longo, que apresentou números atualizados sobre a Covid-19 em Pernambuco (veja mais abaixo).
Ele concedeu uma entrevista coletiva, no Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual, no Centro do Recife, um dia após o governo anunciar a suspensão do ponto facultativo para servidores no período que seria de folia e mudanças nas restrições devido à pandemia.
Questionada pelog1 após a coletiva, o governo de Pernambuco explicou que as determinações anunciadas nesta terça-feira (8) prevalecem diante do decreto anunciado no dia anterior, já que se refere ao período específico do carnaval.
“Lamentamos, por mais um ano, o cancelamento da festa de carnaval, que está na alma e no coração dos pernambucanos. Mas o nosso compromisso precisa ser, neste momento, prioritariamente, com a vida e com a saúde das pessoas”, disse André Longo.
O secretário afirmou que vai solicitar a participação das prefeituras em fiscalizações para evitar aglomerações. “Vamos nos reunir com prefeitos dos principais polos para reiterar a importância das gestões municipais para também ampliarem a fiscalização também nos espaços públicos e privados”, declarou.
O secretário estadual de Saúde, André Longo, anunciou a proibição de festas e eventos no carnaval — Foto: Reprodução/YouTubehttps://cf50dcbff49a5c37220486e548f0b092.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
Ainda de acordo com o governo estadual, um levantamento da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) apontou que Pernambuco está entre os “estados com menor número de mortes pela Covid-19, quando comparado proporcionalmente à nossa população”.
“Mas só abrir leitos e adotar medidas restritivas não será suficiente para diminuirmos a aceleração viral e as contaminações. É preciso a compreensão, a sensibilidade e a adesão de toda a sociedade”, destacou Longo.
Mudanças no protocolo
Com a suspensão do ponto facultativo nas repartições públicas, os servidores vão trabalhar nos dias que seriam de folga por causa da folia, na Segunda-feira de Carnaval (28) e na Terça-feira Gorda (1º).
O novo protocolo prevê a liberação, fora do período carnavalesco, de eventos em ambientes abertos com até 500 pessoas e festas em ambientes fechados com até 300 participantes. Até então, eram permitidos públicos de até 3 mil e 1 mil participantes, respectivamente.
As novas restrições valem a partir da quarta-feira (9) até 1º de março, exceto no período de carnaval, em que os eventos estão proibidos. Nos dias em que eles podem ser realizados, devem ser exigidas comprovação de vacinação e apresentação de teste negativo. Essa norma é válida para locais abertos e fechados, incluindo circos, cinemas, teatros e jogos de futebol.
Diante dessas novas medidas, a 16ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor da Capital, do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), recomendou, nesta terça-feira (8), às empresas do setor de entretenimento que atuam no Recife que remarquem, suspendam, cancelem ou reduzam a capacidade de público de eventos e shows, sem prejudicar os consumidores com as mudanças.
“Caso seja possibilitado aos consumidores terem o valor já pago creditado em outro ingresso, para evento ou atividade posterior, ainda que não prevista, que os novos ingressos postos à venda sejam destinados preferencialmente àqueles adquirentes dos ingressos do evento adiado, cancelado ou que foi impossível de participar em virtude da redução da capacidade de público”, disse o MPPE, em nota.
Dados da pandemia
Na média das duas últimas semanas, 44% dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) registrados em Pernambuco deram positivo para Covid-19. Isso corresponde a um aumento de mais de 500%, na comparação com a primeira semana de janeiro de 2022. Além disso, houve, em duas semanas, um aumento de 157% na quantidade de mortes provocadas pela doença.
André Longo afirmou que, na quinta semana epidemiológica do ano, encerrada no sábado (5), foram registradas 59 mortes por Covid-19. O secretário ressaltou que esses dados ainda podem ser preliminares.
Também por causa da aceleração da doença, a quantidade de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) ocupados no estado é, atualmente, 11% maior do que há 15 dias. Longo afirmou que os pedidos para esse tipo de leito ultrapassam 650, por semana. “Temos mais de 900 pacientes internados nas vagas de UTI”, disse.
“Há um aumento nos casos de Srag por Covid, inclusive, interrompendo uma tendência de queda nos casos de Srag geral. Ao todo, foram 890 registros nesta semana, um aumento de 6% na comparação com a semana 4 [encerrada no fim de janeiro de 2022]”, contou.
Vacinação
Na coletiva, Longo disse que o governo fez uma pesquisa, em janeiro, sobre as mortes e vacinação contra a Covid. “Um levantamento que fizemos aponta que 79,4% das mortes pela Covid-19 foram em pacientes que não estavam totalmente imunizados, ou seja, já estavam atrasados com a terceira dose”, disse.
Dos 97 óbitos investigados, 77 foram de pessoas que não estavam com o esquema vacinal completo. Isso significa que, a cada cinco mortos pela doença, quatro não tinham tomado todas as doses necessárias da vacina. Nesse total, 26 pacientes (26,8%) não tinham iniciado a imunização, 11 (11,4%) tomaram apenas uma dose da vacina e 40 (41,2%) não tinham tomado a dose de reforço.
Além disso, afirmou o gestor, entre os que morreram, mesmo estando totalmente vacinados, 85% eram idosos e também tinham, comprovadamente, graves doenças pré-existentes. Os demais casos ainda estão sendo investigados.
Entre os pacientes com exame positivo internados nos leitos da rede pública, 83% não estavam totalmente imunizados, conforme informou André Longo. “Esses dados comprovam que as vacinas evitam casos graves e óbitos e ratificam a necessidade de estarmos em dia com todas as doses disponíveis”, declarou.