No Paquistão o pequeno Muhammad Musa Khan é acusado de tentar assassinar agentes de segurança atirando-lhes pedras. Com medo de represálias, o bebê foi levado pela família para outra cidade. As autoridades paquistanesas já reconheceram o erro.
O erro foi cometido porque “toda a família” da criança consta entre os suspeitos de atacar homens da polícia.
O caso é bizarro não só pelo fato do menino mal conseguir segurar sua mamadeira – quanto mais uma pedra -, mas também pela polícia manter seu nome entre os suspeitos mesmo depois do erro ter se tornado público.
A criança é um dos mais de 30 acusados depois de uma batida policial para capturar pessoas que teriam roubado gás na cidade de Lahore, no Paquistão, em fevereiro deste ano.
Eles estão sendo acusados de “planejar assassinato, ameaçar policiais e interferir nos assuntos do Estado”.
De acordo com o National Post, se condenado, Muhammad poderia pegar até 10 anos de prisão.
“Nosso crime foi protestar contra a falta de eletricidade na nossa região”, disse o pai da criança ao jornal Times of India. Ele acusa a polícia de criar um caso falso contra ele, seu filho e os outros envolvidos.
Na última quinta-feira, o bebê se apresentou ao juiz do caso. Passou o tempo todo sentado no colo do pai, agarrado na mamadeira.
“Ele não sabe nem como pegar a mamadeira de leite corretamente, como pode ele jogarpedra na polícia?”, disse o avô do menino, Muhammad Yasin.
O menino foi libertado sob-fiança e seu caso foi adiado até 12 de abril, segundo a BBC. Como, obviamente, ele não foi capaz de assinar seus próprios documentos de liberação, teve que, aos prantos, assinar com sua digital (veja no vídeo ao final).
Nesta terça-feira, o avô do menino disse à Reuters que o enviou a uma cidade à 200 km de distância para “protegê-lo da polícia vingativa”.
Ao mesmo tempo, a superintendência da polícia da província de Punjab, onde fica Lahore, começou a tomar medidas para punir os funcionários que registraram as acusações contra o bebê.
Segundo o Times of India, o sub-inspetor Kashif Ahmed, que fez a acusação, já foi suspenso.
Foi ele o responsável por colocar no boletim de ocorrência, que “toda a família de Musa” participou de uma agressão que o atingiu na cabeça. O relatório diz que os suspeitos (incluindo o menino de 9 meses) jogaram pedras contra agentes que passavam em várias casas durante uma operação contra inadimplência de contas de gás.
No vídeo abaixo, você vê imagens do dia que o menino, acompanhado do pai, do avô e do advogado se apresentou ao juiz.
Revista Exame