O Vaticano começou nessa terça-feira o julgamento contra cinco pessoas, entre elas dois jornalistas, acusadas de vazar documentos confidenciais sobre gastos excessivos da Santa Sé. O juízo se dá na sala do tribunal do Vaticano.
Os dois jornalistas, Gianluigi Nuzzi e Emiliano Fittipaldi, autores de livros sobre a corrupção na Cúria Romana, lançados no dia 5, são acusados de divulgação ilícita de documentos confidenciais. Trata-se da primeira vez que o menor Estado do mundo processa dois jornalistas, o que foi classificado pela imprensa italiana como uma “nova Inquisição”. Além deles, são julgados o padre espanhol Lucio Ángel Vallejo Balda, 54 anos, a consultora italiana Francesca Immacolata Chaouqui, 34, e um colaborador de Vallejo, Nicola Maio, 37, acusados de “formação de quadrilha”.
A divulgação de documentos reservados “contra a segurança do Estado” é um delito introduzido pelo papa Francisco em julho de 2013, punido com pena que varia de quatro a oito anos de prisão. Ao contrário de quando explodiu, em 2012, o escândalo conhecido como “Vatileaks”, no pontificado de Bento XVI, os documentos não foram furtados do escritório do pontífice por seu mordomo, Paolo Gabriele, mas vazados por pessoas designadas por Francisco para reformar as finanças.