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Drone vira ‘personagem’ na Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, PE

29/03/2015 00h59 – Atualizado em 29/03/2015 00h59

Equipamento remete a passagem da forma física para a espiritual de Jesus.
Em quase 50 anos, o espetáculo passa por modificações; confira.

Thays EstarqueDo G1 Caruaru, em Brejo da Madre de Deus

Drone F550 retrata a ascensão de jesus Cristo  (Foto: Thays Estarque/ G1)Drone F550 retrata ascensão de Jesus Cristo da forma física para a espiritual (Foto: Thays Estarque/ G1)

Novidades não faltam á temporada 2015 da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, que ocorre em Fazenda Nova, Brejo da Madre de Deus, Agreste de Pernambuco. O efeito especial mais esperado da noite é um drone utilizado no momento da ascensão de Jesus, segundo a organização do evento. Em meio às nuvens, ele surge na última cena. Subindo ao céu até desaparecer, o equipamento dá a ideia de passagem da forma física para a espiritual de Cristo.

Robinson Pacheco, coordenador geral do evento, conta o motivo de ter resolvido usar o recurso: “estava em casa assistindo ao Carrnaval carioca quando vi a água da Portela voar pelo Sambódromo. Trouxemos para a Paixão para dar mais emoção”, diz.

Escondido estrategicamente atrás da pedra, o modelo aerodinâmico que pesa dois quilos e cem gramas, sem contar com a lâpada e os acessórios, decola quando a luz focada em Jesus apaga. O drone não pode ultrapassar os 150 metros de altura determinada pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).

Divonei D’ávila é o dono e operador da máquina: “já fizemos vários tipos de cobertura, fazendo imagens panorâmicas. Essa é a primeira vez que meu drone vira personagem”, brinca. Ainda com sorriso no rosto, ele explica como controle é feito: “a única parte do espetáculo que não vejo é a minha”, completa.

Parte dos figurinos foi toda renovada  (Foto: Thays Estarque/ G1)Parte dos figurinos do espetáculo foi toda renovada
(Foto: Thays Estarque/ G1)

Além deste efeito especial, a temporada conta ainda com a renovação de parte do figurino. Os 50 soldados romanos, que aparecem nas cenas do Fórum de Pilatos e na Crucificação estão com novos trajes, incluindo capacetes e escudos. O destaque está para a roupa imponente do Rei Herodes criado pelos figurinistas Victor Moreira e Marina Pacheco. “O figurino não pode ser leve neste caso, tem que ser pesado já para ajudar na dramatização do personagem”, frisa Marina.

A organização do evento também investiu em outro recurso: na contratação de equipamentos de alta tecnologia importados da Espanha, para melhorar a qualidade no sistema de som do espetáculo. Ao todo são 55 caixas amplificadoras, mesas e processadores que proporcionam uma propagação sonora mais clara das falas dos atores.

Túnel do tempo
O espetáculo da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém teve origem nas encenações do Drama do Calvário, realizadas nas ruas de Fazenda Nova, no período de 1951 a 1962, por iniciativa do comerciante Epaminondas Mendonça. Depois de ter lido em uma revista de variedades como os habitantes da cidade de Oberammergau, na Baviera alemã, encenavam a Paixão de Cristo, Mendonça teve a ideia de realizar um evento semelhante durante a Semana Santa a fim de atrair turistas, movimentando o comércio local.

Paixão de Cristo encenada em 1960 (Foto: Arquivo Pessoal/ Robinson Pacheco )Paixão de Cristo encenada em 1960 (Foto: Arquivo Pessoal/ Robinson Pacheco )

Já a ideia de construir um teatro que fosse como que uma réplica da cidade de Jerusalém foi de Plínio Pacheco, que chegou em Fazenda Nova em 1956. Porém, o plano só se tornou real  em 1968, quando foi realizado o primeiro espetáculo.

Em contraste com o passado. Em quase 50 anos de Paixão de Cristo, o teatro, como toda estrutura e figurinos passaram por modificações. A começar pela grande muralha que cerca Fazenda Nova. Antes, um punhado de arame e uma planta chamada aveloz eram os responsáveis por delimitar o grande espaço.  Segundo Robinson Pacheco, no começo da atração, os elmos dos centuriões eram feitos com embalagens de queijo do reino. “Era tudo muito artesanal, os próprios lençóis da pousada viravam vestidos”, relembra.

Pacheco também explica que as falas eram feitas no “gogó” e a trilha sonora era entoada por um coral da igreja do Carmo, do Recife. “Nero Coelho, governador na época, vinha assistir e gritava para os atores: “Fala mais alto que a platéia não está ouvindo”, comenta aos risos.

Cidade-Teatro
O maior teatro ao ar livre do mundo é uma cidade-teatro com mais de 100 mil metros quadrados, o que equivale a um terço da área murada da Jerusalém original, onde Jesus viveu os últimos dias de vida. É cercada por uma muralha de pedras de quatro metros de altura e com 70 torres de sete metros cada. No interior, nove palcos reproduzem cenários naturais, arruados e palácios, além do templo.

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