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GOE vai reabrir inquérito que apura tentativa de extorsão contra padre

19/05/2015 

Suspeito teria pedido R$ 30 mil para não divulgar fotos em redes sociais.
Após ter confessado ao religioso, ele será ouvido pela Polícia Civil.

Do G1 PE

GOE divulgou parte das mensagens recebidas pelo padre (Foto: Reprodução / Lorena Andrade / TV Globo)GOE divulgou parte das mensagens recebidas
pelo padre (Foto: Reprodução / Lorena Andrade /
TV Globo)

O Grupo de Operações Especiais da Polícia Civil de Pernambuco vai reabrir o inquérito que investiga uma tentativa de extorsão contra o padre Severino Ézio de Melo, 36 anos, integrante da diocese de Pesqueira, cidade do Agreste pernambucano. A investigação iniciada no fim do mês de abril já tinha sido remetida à Justiça, mas será retomada pela polícia em função da confissão que o suspeito teria feito para o religioso.

“O padre relata, em um primeiro momento, que teria sido vítima de extorsão, quando enviaram mensagens para seu celular exigindo dinheiro, na condição de não divulgar algumas fotos. O suspeito, para provar que tinha essas fotos do padre, as enviou através de aplicativo de celular, o que deu ênfase realmente à extorsão e que deixou o padre bastante perturbado, e o fez vir até essa delegacia denunciar o fato criminoso”, disse o delegado Cláudio Castro, titular da investigação, em coletiva realizada nesta terça (19), no Recife.

Castro informou que, a partir da primeira denúncia, as pessoas indicadas pelo padre foram ouvidas, inclusive o suspeito, que inicialmente negou a autoria das mensagens. “Posteriormente, ele teria confessado ao padre. No momento oportuno, vai ser tomado seu depoimento [do suspeito], provavelmente vai haver seu indicamento e o inquérito vai ser concluído. Aí ficará a critério do Ministério Público denunciar ou não”, explica o delegado.

Ernesto Cavalcanti, assessor jurídico da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), está responsável pela defesa do padre. “Estamos acompanhando isso desde o começo. Fomos nós quem levamos o padre para o GOE, porque ele estava acuado, recebendo constantes ameaças. O elemento pedia R$ 30 mil para não colocar nas redes sociais fotos comprometedoras”, comentou.

Segundo o advogado, a investigação começou imediatamente, com a apreensão do celular do padre para perícia e análise das mensagens recebidas. “As fotos existem e são reais. Para os padrões de hoje seriam normais, mas em se tratando de um padre, são comprometedoras, porque contrariam os dogmas da Igreja”, diz Cavalcanti.

A extorsão não se concretizou, uma vez que o pagamento não foi feito. “O padre disse que tem um terreno e que o colocou à venda, mas não se consegue levantar isso de uma hora para outra, não se vende um terreno assim”, detalhou o advogado.

Delegado Cláudio Castro encaminhou pedido à Justiça para receber inquérito de volta (Foto: Lorena Andrade / TV Globo)Delegado Cláudio Castro encaminhou pedido à Justiça
para receber inquérito de volta (Foto: Lorena Andrade /
TV Globo)

Na segunda-feira (18), a diocese de Pesqueira afastou temporariamente o religioso de suas funções sacerdotais. “A Igreja não aceita qualquer tipo de comportamento contrário aos princípios da moral e ética cristãs”, diz o comunicado assinado por Dom José Luiz Ferreira Sales, bispo de Pesqueira.

“O padre reagiu com muita tristeza à suspensão, está muito abalado com as informações. Ela pode ser revertida, mas creio que difícilmente será. Agora ele está suspenso de todos os atos religiosos, por tempo indeterminado. A tolerância da Igreja hoje para com esses deslizes é zero. O bispo está cumprindo o Código de Direito Canônico”, resumiu Cavalcanti.

O celular e o chip do suspeito já estão em poder da investigação e serão analisados. “Apesar disso, não há a certeza de que essas são as únicas cópias das fotos”, disse o advogado.

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