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O Brasil já é o Campeão de mortes diárias por Covid 19 no Mundo(Veja matéria do G1!)



Com 1.954 vidas perdidas em 24h, Brasil ultrapassa EUA em mortes diárias por Covid-19

Na terça-feira (9), Estados Unidos registraram 1.947 mortes. Brasil vive pior momento desde o início da pandemia.

Por Carolina Dantas e Lara Pinheiro, G1

10/03/2021 08h51  Atualizado há um dia


Brasil volta a ser o país com a maior média de mortes por Covid-19 do mundo

Brasil volta a ser o país com a maior média de mortes por Covid-19 do mundo

O Brasil ultrapassou, na terça-feira (9), os Estados Unidos em número de mortes registradas em 24h por causa da Covid-19. De acordo com o consórcio de veículos de imprensa,1.954 brasileiros morreram por Covid-19 em apenas um dia. Entre os americanos, foram 1.947 mortes, segundo dados do “Our World in Data”, da Universidade de Oxford.

Não é a primeira vez em que o Brasil passa os EUA em número de óbitos. Isso vem acontecendo nos últimos .

Estados Unidos e Brasil são os dois países que mais registraram mortes por Covid no mundo desde o início da pandemia. Os EUA acumularam 527.699 mortes; o Brasil perdeu 268.568 vidas para a Covid-19 até a noite de terça. Só em março, já são 13.550 mortes registradas em solo brasileiro.https://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-37/html/container.html

Enquanto os americanos estão em um processo de vacinação em massa, entretanto, os brasileiros passam pelo pior momento da pandemia e com apenas 4,1% da população tendo recebido ao menos uma dose de vacina. Nos Estados Unidos, foram administradas 90,2 milhões de doses segundo o Our World in Data.

Coveiros abrem novas covas para vítimas da Covid-19 em cemitério de São Paulo no dia 9 de março. — Foto: Carla Carniel/Reuters

Coveiros abrem novas covas para vítimas da Covid-19 em cemitério de São Paulo no dia 9 de março. — Foto: Carla Carniel/Reuters

O epidemiologista Airton Stein, professor da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), avaliou que a pandemia foi pior sentida nos países com mais desigualdade, como o Brasil, mesmo que fossem ricos – caso dos EUA.

“É uma situação muito complexa, mas isso ficou mais exposto nos países onde tem falta de estrutura de bem-estar social – não apenas sistema de saúde, mas de apoio para aquelas populações vulneráveis e, principalmente, com um número muito grande de vulneráveis”, disse.

“Tanto que a gente está vendo que a epidemia causou um dano muito grande em países ricos como os EUA, onde tem muita iniquidade. A epidemia deixou mais em evidência essa interação social com a saúde. As pessoas estão mais expostas a circularem por terem trabalhos em que precisam circular e, também, por não terem acesso a serviços de saúde adequados”, afirmou S

Mortes por milhão

O Brasil tem cerca de 1.263 mortes por Covid-19 para cada milhão de habitantes; nos Estados Unidos, esse número é de 1.594 por milhão. Quando considerada a proporção de mortes/milhão registradas nas últimas 24h, entretanto, o Brasil ultrapassa os EUA: enquanto aqui foram registradas 9,28 mortes/milhão de habitantes, nos Estados Unidos esse índice foi de 5,88.

Em entrevista ao G1, especialistas avaliaram, no ano passado, que a medida de mortes/milhão de habitantes não é a ideal para comparar cenários na pandemia. Isso porque, ao fazer essa comparação, são deixadas de lado informações importantes como o estágio da pandemia, o tamanho da população, o perfil etário e o nível de testagem.

San Marino, por exemplo, aparece com o maior número de mortes/milhão do mundo no Our World in Data (2.268), mas o país só teve, ao todo, 77 mortes pela Covid-19. A população san-marinense é de 33,8 mil pessoas.

Veja, abaixo, o número de mortes/milhão por Covid-19 nos 10 países com as maiores populações do mundo:

  1. Estados Unidos: 1.594 mortes/milhão (pop. de 331 milhões)
  2. México: 1.487 mortes/milhão (pop. de 128,9 milhões)
  3. Brasil: 1.263 mortes/milhão (pop. de 210 milhões)
  4. Rússia: 605 mortes/milhão (pop. de 145,9 milhões)
  5. Indonésia: 138 mortes/milhão (pop. de 273,5 milhões)
  6. Índia: 114,5 mortes/milhão (pop. de 1,38 bilhão)
  7. Paquistão: 60,3 mortes/milhão (pop. de 220,8 milhões)
  8. Bangladesh: 51,5 mortes/milhão (pop. de 164,7 milhões)
  9. Nigéria: 9,64 mortes/milhão (pop. de 206,1 milhões)
  10. China: 3,36 mortes/milhão (pop. de 1,44 bilhão)

Outros 10 países, todos europeus e com populações menores, registraram número de mortes/milhão de habitantes maiores do que as de Estados Unidos, México e Brasil. No Reino Unido, por exemplo, são cerca de 1.842 mortes/milhão de habitantes; a população total do país é de aproximadamente 67 milhões de pessoas.

Veja, abaixo, a lista:

  1. San Marino: 2.268 mortes/milhão (pop. de 33,8 mil)
  2. República Tcheca: 2.068 mortes/milhão (pop. de 10,7 milhões)
  3. Bélgica: 1.926 mortes/milhão (pop. de 11,6 milhões)
  4. Eslovênia: 1.878 mortes/milhão (pop. de 2 milhões)
  5. Reino Unido: 1.842 mortes/milhão (pop. de 67 milhões)
  6. Montenegro: 1.738 mortes/milhão (pop. de 628 mil)
  7. Hungria: 1.671 mortes/milhão (pop. de 9,6 milhões)
  8. Itália: 1.661 mortes/milhão (pop. de 60,4 milhões)
  9. Bósnia e Herzegovina: 1.629 mortes/milhão (pop. de 3,3 milhões)
  10. Portugal: 1.627 mortes/milhão (pop. de 10,2 milhões)

Declarações do presidente

Um dia após o Brasil bater o primeiro recorde de março em mortes diárias em um dia, o presidente Jair Bolsonaro disse que “criaram pânico” sobre a pandemia. Na véspera, o país havia perdido 1.726 vidas para a Covid-19.

Dois dias depois, o presidente declarou, sobre as restrições adotadas para combater a pandemia: “chega de frescura, de mimimi. Vão ficar chorando até quando?

presidente também chamou de “idiota” quem pedia a compra de mais vacinas para o país: “Tem idiota que a gente vê nas redes sociais, na imprensa, [dizendo] ‘vai comprar vacina’. Só se for na casa da tua mãe. Não tem [vacina] para vender no mundo”.

Fevereiro amargo

Coveiro caminha em meio a lápides de vítimas da Covid-19 no cemitério Parque Tarumã, em Manaus, em 25 de fevereiro. — Foto: Bruno Kelly/Reuters

Coveiro caminha em meio a lápides de vítimas da Covid-19 no cemitério Parque Tarumã, em Manaus, em 25 de fevereiro. — Foto: Bruno Kelly/Reuters

O Brasil acumulou, em fevereiro, o segundo maior número de mortes em apenas um mês na pandemia: 30.484 óbitos devido à Covid-19Julho, até agora, é o mês com mais mortes pelo coronavírus, com 32.912 vidas – uma diferença de menos de 2 mil pessoas entre cada mês.

As previsões para o mês de março não são as melhores. A pneumologista Margareth Dalcomo, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) disse nesta terça-feira que este mês deverá ser “o março mais triste de nossas vidas”. Com o ritmo acelerado de transmissão, a previsão é de que o Brasil atinja 300 mil mortos no final do mês ou no início de abril.

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Novas restrições estaduais

Ruas vazias em São Paulo no dia 6 de março em meio às restrições contra a Covid-19. — Foto: Carla Carniel/Reuters

Ruas vazias em São Paulo no dia 6 de março em meio às restrições contra a Covid-19. — Foto: Carla Carniel/Reuters

Sem uma política centralizada pelo governo federal, os secretários de saúde dos estados enviaram uma carta com sugestões de medidas urgentes contra o iminente colapso das redes pública e privada de saúde diante do aumento dos casos de Covid-19. As restrições propostas incluíam toque de recolher nacional e fechamento de escolas, bares e praias.

Desde então, vários estados vêm decretando restrições para o combate à pandemia. O Amapá determinou, na terça-feira (9), um toque de recolher a partir das 21h. Também fica proibido o consumo de bebida alcoólica em espaços públicos e dentro de estabelecimentos.

VÍDEO: o que já sabemos sobre a variante brasileira do coronavírus

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No Pará, o toque de recolher às 21h passa a valer a partir desta quarta. Academias e cinemas não podem funcionar por sete dias.

Bahia anunciou, na semana passada, um toque de recolher até 31 de março. Já o governo de São Paulo deve anunciar restrições mais rígidas nesta quarta.

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