Home / Destaque / Padrasto de Maria Alice Seabra é condenado a 35 anos de prisão por sequestrar, estuprar e matar enteada

Padrasto de Maria Alice Seabra é condenado a 35 anos de prisão por sequestrar, estuprar e matar enteada

Por G1 PE

 

Após dez horas de julgamento nesta terça (22), o mestre de obras Gildo da Silva Xavier foi considerado culpado pelo assassinato da enteada Maria Alice Seabra Amorimocorrido em Itapissuma, no Grande Recife, em junho de 2015, quando a jovem tinha 19 anos. O padrasto da vítima foi condenado a 35 anos de prisão pelos crimes de homicídio qualificado, sequestro, estupro e ocultação de cadáver.

Gildo foi a júri popular na Câmara Municipal de Itapissuma, em sessão presidida pela juíza Fernanda Vieira Medeiros. O júri começou às 8h40 e terminou por volta das 19h.

A condenação foi composta pelas penas de 17 anos e seis meses pelo crime de homicídio qualificado (por motivação torpe, asfixia, e meio cruel), três anos e seis meses em razão do sequestro, 12 anos por causa do estupro e dois anos pela ocultação de cadáver. Com isso, o padastro continua no Presídio de Igarassu, no Grande Recife.

Maria Alice desapareceu no dia 22 de junho de 2015, quando Gildo saiu de casa afirmando que levaria a jovem para uma entrevista de emprego. O corpo de Maria Alice foi encontrado num canavial em Itapissuma, dois dias depois do desaparecimento. Gildo foi denunciado pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) por ter estuprado e matado a enteada.

A mãe e a irmã de Alice, Maria José de Arruda e Maria Angélica Seabra, chegaram por volta das 7h30. As duas falavam com a imprensa sobre a expectativa do julgamento quando o padrasto chegou ao local do julgamento.

Nesse momento, a mãe começou a gritar a palavra “monstro” em direção a Gildo. Os dois foram casados por 15 anos. Maria Alice tinha apenas três anos quando a relação deles começou.

Na chegada à Câmara, o promotor do MPPE, Alexandre Saraiva, cumprimentou a mãe de Maria Alice, afirmando que “hoje é o último capítulo da história”. O promotor explicou que não pode pedir a condenação por feminicídio já que, na sentença de pronúncia, o juiz não classificou o crime como feminicídio, que é o crime de ódio motivado pela condição de gênero, ou seja, pela vítima ser mulher.

Julgamento

O julgamento estava marcado para começar às 8h, mas atrasou e começou pouco antes das 9h, com o sorteio de sete jurados, entre os 16 presentes, para compor o Conselho de Sentença, que foi formado por sete mulheres.

Em seguida, a juíza Fernanda Vieira Medeiros fez a leitura da denúncia do MPPE. Em seguida, o órgão selecionou três das dez testemunhas que havia arrolado para a sessão: a delegada do caso, Gleide Nascimento Ângelo; a mãe da vítima, Maria José de Arruda; e a irmã da jovem, Maria Angélica Amorim.

Depois de as testemunhas serem ouvidas, teve início o interrogatório de Gildo da Silva Xavier. Após uma hora de intervalo, ocorreu o debate entre promotor e defesa. Cada um teve até 1h30 para expor seus argumentos.

“Depois houve a réplica para o promotor, que dura até 1h, e a tréplica para a defesa, com a mesma duração. Em seguida, o Conselho de Sentença se reuniu para deliberar sobre o acusado. E, por fim, a juíza Fernanda Vieira proferiu a decisão”, explicou o Tribunal de Justiça de Pernambuco, por meio de nota.

O crime

Segundo a denúncia do MPPE, o crime aconteceu no dia 19 de junho de 2015. Dizendo que iria levar a jovem para uma suposta entrevista de emprego, o acusado conseguiu com que ela entrasse em um veículo, que havia locado em Gravatá, no Agreste do estado, e partiu em direção a Paulista, no Grande Recife, pela BR-101 Norte.

Maria Alice Seabra foi assassinada pelo padrasto; ela tinha 19 anos na época do crime (Foto: Reprodução/Facebook)

Maria Alice Seabra foi assassinada pelo padrasto; ela tinha 19 anos na época do crime (Foto: Reprodução/Facebook)

Quando eles passavam nas proximidades do Sítio do Pica-Pau, Gildo iniciou uma discussão com a vítima por causa de uma tatuagem que ela fizera no braço. A investigação aponta que ele estacionou o veículo e a agrediu, batendo a cabeça dela contra o automóvel, deixando-a desorientada.

Depois disso, segundo a denúncia, ele colocou a vítima no banco de trás do veículo, para violentá-la. Nesse momento, voltou a espancá-la e asfixiá-la com o cinto de segurança do carro.

A investigação assinalava que Gildo seguiu com o carro até Itapissuma, onde a estuprou. Em seguida, amputou parte do seu braço esquerdo com instrumento cortante, no local onde existia a tatuagem, deixou o cadáver em um canavial e fugiu para o estado do Ceará.

Deixe seu Comentário

Your email address will not be published. Required fields are marked *

*

Scroll To Top