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PAULO MEIRA, NOVE ANOS DEPOIS.

Canetadas (Por Jurandir Carmelo) > Pesqueira/PE, 03 DE MAIO DE 2015.

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PAULO MEIRA, NOVE ANOS DEPOIS.

“A morte não extingue, transforma; não aniquila, renova; não divorcia, aproxima – (Rui Barbosa)

A cada ano, desde o trágico 3 de maio de 2006, que escrevo lembrando o nosso saudoso amigo-irmão Paulo Roberto Ducan Meira, Dr. Paulo Meira, ou simplesmente Paulo Meira.

Agora, NOVE ANOS DEPOIS, na madrugada deste dia 03 de maio de 2015, quando me veio a lembrança da morte de Paulo Meira, tento escrever alguma coisa sobre a saudade que sentimos desse amigo-irmão, que prematuramente partiu.

Confesso que ando meio desestimulado para escrever. Cansaço, talvez! Decepção, verdade. Cansaço, porque a idade vai chegando, entrando na reta final da vida. Cansaço, talvez porque escrevo desde os 16 anos. São 49 anos de Canetadas, de outros escritos, de matérias para os meus livros, além do material jurídico, necessário para o desenvolvimento da profissão de advogado. Decepção, porque a gente aprende que quanto mais se escreve, de lê, quase nada sabe, até porque a vida é um eterno aprendizado, daí vivermos estudando de forma permanente. Mesmo, muitas das vezes, quando nos faltando alguma coisa, alguma ideia, não podemos desistir. É segui em frente!

E durante essa madrugada, quis mais uma vez lembrar Paulo Meira. Paulo, amigo de infância, companheiro de várias jornadas na vida. Enquanto vida tiver vou lembrar esse trágico 03 de maio de 2006. Trágico e cruel, que retrata a violência, a desenfreada violência, inclusive na nossa terra Pesqueira, que cresce de forma assustadora, sem que um plano objetivo seja efetivado, colocado em prática, para evitar essa onda de criminalidade.

O saudoso Paulo Meira, era médico e filho dos, igualmente saudosos médicos, Drs. Rodrigo Meira e Maria Meira. A sua vocação era voltada para salvar vidas, vidas humanas, além de tudo. Posso afirmar que o que a vida lhe reservou não foi justo, não foi humano. Paulo não merecia ter sido morto da forma tão brutal que foi. Mas, é a vida!

RECORDANDO UM POUCO DOS DIAS 03 E 04 DE MAIO DE 2006.

No dia 03 de maio de 2006, seguindo viagem para a zona rural, com o objetivo de atender aos seus pacientes, Paulo foi covarde e friamente assassinado dentro do veículo que o conduzia, juntamente com a sua equipe de trabalho.

Ainda com vida, Paulo é conduzido ao Hospital Dr. Lídio Paraíba, aqui em Pesqueira. Exatamente no hospital aonde seus pais desenvolveram maior tempo da medicina e ele próprio trabalhou salvando vidas. Coisas do destino. Paulo morre por volta das 8:30 do dia 03 de maio, uma quarta-feira de sol forte, coincidentemente data em que se comemora O DIA INTERNACIONAL DO SOL.

A Cidade de Pesqueira parou! A de Cidade de Pesqueira chorava copiosamente a sua morte. A cidade de Pesqueira entrou de luto, com uma multidão aflita. Era como se ninguém quisesse acreditar. As pessoas corriam de um lado para o outro, subindo e descendo as ladeiras da sua Pesqueira, da terra que lhe viu nascer, da nossa Pesqueira. Todos exclamavam: O DR. PAULO MEIRA, ESTÁ MORTO! Mataram dr. Paulo Meira.

Os seus amigos, a nossa turma de infância e juventude, os seus clientes, os seus familiares, todos, enfim, choravam a prematura morte de PAULO, todos lamentavam a grande perda, todos pediam Justiça!

O velório foi marcado por muita tristeza, por muita dor. E no dia 04 de maio de 2006, a Cidade parou para se despedir do Dr. Paulo Meira e acompanhar o seu sepultamento. Uma multidão acompanhou o féretro pelas ruas da Cidade, desde o Prado (Da igrejinha do Hospital) até o cemitério Cristo Rei, na Pitanga. As praças cheias, das janelas lenços brancos acenavam, em cada canto, aplausos e mais aplausos. Era a despedida do povo ao seu médico. Era a despedida da Cidade ao seu filho querido. Era o adeus ao filho do Dr. Rodrigo Meira e da Dra. Maria Meira.

Na foto abaixo, copiada do facebook de sua filha MARIA PAULA (casada com meu sobrinho KLEBER) se vê Dra. Maria Meira, mãe de Paulo e que hoje se encontra reunida com o saudoso Dr. Meira (seu esposo) e com o filho Paulo Meira, sem dúvida alguma no reino do céu.

E assim, seguindo o ensinamento de Rui Barbosa, para quem “A morte não extingue, transforma; não aniquila, renova; não divorcia, aproxima”, podemos afirmar: PAULO VIVE, EM NOSSOS CORAÇÕES, A CASA DA SAUDADE.

Fraternal abraço a todos os familiares de Paulo Meira!

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