Home / Destaque / Preço da Refinaria Abreu e Lima deve aumentar em US$ 7 bilhões

Preço da Refinaria Abreu e Lima deve aumentar em US$ 7 bilhões

18/05/2015 

Projeto custaria US$ 13,4 bilhões; estimativa é fechar em US$ 20 bilhões.
Grupo da CPI da Petrobras visitou refinaria para checar andamento da obra.

Katherine CoutinhoDo G1 PE

Deputados Fernando Monteiro, Kaio Maniçoba e Delegado Waldir sobrevoaram Refinaria Abreu e Lima nesta segunda (Foto: Katherine Coutinho / G1)Deputados Fernando Monteiro (E), Kaio Maniçoba (C) e Delegado Waldir sobrevoaram Refinaria Abreu e Lima nesta segunda (Foto: Katherine Coutinho / G1)

O preço final da Refinaria Abreu e Lima, no Complexo Industrial de Suape, no Litoral Sul de Pernambuco, deve chegar a mais de U$ 20 bilhões, afirmaram os deputados federais que integram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura as irregularidades na Petrobras. O preço estimado no projeto básico, em 2009, era de US$ 13,4 bilhões e, atualmente, as obras já são calculadas em U$ 18,5 bilhões. “Por menos de US$ 20 bilhões, a gente não vai ter essa refinaria funcionando”, afirma o deputado Kaio Maniçoba (PHS-PE), 3º vice-presidente da CPI.

Os parlamentares vieram ao estado para conhecer a estrutura do empreendimento, saber em que ponto está a obra e colher subsídios para novas ouvidas em Brasília. Os problemas com paralisações de obras estão entre os fatores que os deputados consideram determinantes para o grande aumento do valor. “É um fato que tem muita coisa parada, a planta dois está parada. [O valor final] Deve ter um custo entre 8 e 10% a mais por causa dessa parada [da obra]”, estima o deputado Fernando Monteiro (PP-PE), após a visita.

A programação incluiu um sobrevoo de helicóptero sobre a Refinaria, uma visita às partes principais da obra e uma reunião a portas fechadas, onde os deputados puderam fazer questionamentos e esclarecer dúvidas sobre o processo da refinaria e sua construção. “Havia algumas dúvidas por não conhecer mais intimamente esse meandro da Petrobras, que ouvíamos de alguns depoentes. A parte ‘pronta’, que é o Trem 1, está com cerca de 90%. A refinaria até hoje não tem nada 100% pronto”, aponta Maniçoba.

Sobre o Trem 1 (onde o petróleo é transformado), os deputados apontaram que a conclusão deve ser mais rápida, uma vez que faltam itens como uma licença ambiental específica. Resolvido isso, a produção de 74 mil barris por dia poderá saltar para 90 mil barris/dia.

Para atingir a capacidade máxima, de 230 mil barris por dia, é necessário que o Trem 2 seja concluído, mas as obras dessa área encontram-se completamente paralisadas. “O Trem 2 é um setor primordial no ganho da Refinaria, que vai poder produzir o dobro de petróleo. […] Não existe nem empresa para tocar essas obras”, afirma o 3º vice-presidente.

Refinaria Abreu e Lima, no Complexo Industrial de Suape, no Litoral Sul de Pernambuco. (Foto: Katherine Coutinho / G1)Refinaria Abreu e Lima, no Complexo Industrial de Suape, no Litoral Sul de Pernambuco. (Foto: Katherine Coutinho / G1)

Os deputados atualizaram o número de funcionários, estimando ao todo em 6 mil — sendo 500 da Petrobras, 600 terceirizados na Refinaria e os 4.900 restantes contratados para as obras. Apesar disso, eles afirmam não terem visto tantas pessoas. “Essa foi a informação oficial da Petrobras, mas visualmente não foi possível coonferir. Disseram que é porque algumas empresas têm folga, outras horário de almoço”, diz o deputado Delegado Waldir (PSDB-GO).

Apesar de alguns pontos da obra estarem parados, outros estão funcionando normalmente. Sobre o esquema de corrupção, a conclusão inicial é de que os trabalhadores em Suape não estariam envolvidos. “Esse grande roubo, como a gente acredita que foi feito, meio que foi montado desde lá [na sede da empresa, no Rio de Janeiro]. Quem está aqui é um funcionário que está cumprindo ordem”, avalia Maniçoba.

A estimativa para conclusão da obra só deve ser divulgada em junho pela Petrobras. As viagens dos deputados vão continuar para esclarecer pontos do projeto. “Nós apresentamos requerimento também para ir às empresas que vão fornecer as sondas, inclusive o Estaleiro Atlântico Sul. Tem um grupo da CPI em Londres, tem um grupo que vai a Washington e um que vai na Premium 1 e 2 [refinarias no Maranhão e Ceará, ainda em fase de terraplanagem]”, aponta Monteiro.

Oficialmente, não foram tomados depoimentos. “Hoje foi uma visita técnica, não teve nenhuma oitiva aqui em Pernambuco. O importante foi colher os dados, as conversas com cada gerente de área. Isso é o subsídio que vai trazer para perguntarmos às pessoas que vão ser ouvidas [na CPI]. Foram convocadas cinco pessoas que trabalharam em cargo de gerência aqui na Refinaria, mas ainda não tem data”, explica Monteiro.

 

Deixe seu Comentário

Your email address will not be published. Required fields are marked *

*

Scroll To Top