Dilma recebeu os chefes do Executivo estaduais em Brasília, entre eles três do PMDB e três do PSB.© Foto: Roberto Stuckert Filho/Presidência da República Dilma recebeu os chefes do Executivo estaduais em Brasília, entre eles três do PMDB e três do PSB.A presidente Dilma Rousseff recebeu nesta terça-feira, 8, apoio de 19 dos 27 governadores contra o pedido de impeachment da petista. Entre eles estão três do PMDB e outros três do PSB, partido que faz oposição ao governo no Congresso. No mesmo dia, um grupo de artistas e intelectuais também divulgou uma carta em defesa do mandato da presidente.

Os 16 chefes do Executivo estaduais foram a Brasília para entregar pessoalmente um documento de apoio à presidente. “Entendemos que o mecanismo de impeachment, previsto no nosso ordenamento jurídico, é um recurso de extrema gravidade que só deve ser empregado quando houver comprovação clara e inquestionável de atos praticados dolosamente pelo chefe de governo que atentem contra a Constituição. O processo aberto na última quarta-feira (2) carece desta fundamentação”, diz a “Carta pela Legalidade”, articulada pelo governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B).

Além de Dino, assinaram o documento os governadores de Alagoas, Rio de Janeiro, Sergipe (do PMDB), Pernambuco, Paraíba, Distrito Federal (PSB), Roraima (PP), Amapá (PDT), Rio Grande do Norte e Santa Catarina (PSD), além dos petistas que comandam Acre, Bahia, Ceará, Piauí e Minas Gerais.

Adesões

Aliados da presidente comemoraram a adesão dos peemedebistas, em especial a de Renan Filho, de Alagoas, filho do presidente do Senado, Renan Calheiros. Também agradou ao Planalto a adesão dos pessebistas, entre eles Paulo Camara, de Pernambuco. O PSB se reúne nesta quinta-feira para decidir qual a posição da legenda diante do pedido de impeachment.

Artistas

No final da tarde desta terça-feira, o escritor Fernando Morais divulgou nas redes sociais a “Carta ao Brasil”, subscrita por dezenas de artistas e intelectuais também contrários ao pedido de impeachment de Dilma Rousseff.

O principal nome é o do cantor e escritor Chico Buarque de Holanda, que apoiou a eleição de Dilma e também firmou um manifesto organizado pelo teólogo Leonardo Boff em defesa da presidente e no qual defende a cassação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Com apoio em grande parte de remanescentes da luta contra a ditadura militar, a “Carta ao Brasil” faz uma analogia entre o momento atual e os anos do regime implantado em 1964.

“Independente de opiniões políticas, filiação ou preferências, a democracia representativa não admite retrocessos. A institucionalidade e a observância do preceito de que o Presidente da República somente poderá ser destituído do seu cargo mediante o cometimento de crime de responsabilidade é condição para a manutenção desse processo democrático”, afirma o documento.

Além de Chico Buarque e Fernando Morais, assinaram o texto os escritores Lira Neto e Antonio Prata, os atores Paulo Betti, Camila Pitanga, Betty Faria, Dira Paes e Letícia Sabatella, o produtor de cinema Luiz Carlos Barreto e a cineasta Tata Amaral.