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Produção industrial avança 2% em janeiro, diz IBGE

 

 

04/03/2015 

No acumulado de 12 meses, recuo é de 3,5%, maior desde janeiro de 2010.
Já em relação a janeiro de 2014, a queda é de 5,2%.

Do G1, em São Paulo

PRODUÇÃO INDUSTRIAL
Variação sobre o mês anterior, em %
Jan/14Fev/14Mar/14Abr/14Mai/14Jun/14Jul/14Ago/14Set/14Out/14Nov/14Dez/14Jan/15-4-3-2-10123
Fonte: IBGE

A produção da indústria brasileira avançou 2% em janeiro na comparação com o mês anterior, após registrar perdas de 1,1% em novembro e de 3,2% em dezembro, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Foi a maior alta registrada desde junho de 2013, quando ficou em 3,5%.

Já no acumulado dos últimos 12 meses, houve recuo de 3,5%, mantendo a trajetória descendente iniciada em março de 2014 (2%). Trata-se do resultado negativo mais intenso desde janeiro de 2010, quando foi de -4,8%.

Em relação a janeiro de 2014, a queda foi de 5,2% no primeiro mês deste ano.

Segundo o gerente da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), André Macedo, “a alta é boa, mas não animadora. É um aumento de ritmo, mas não altera em nada o panorama de menor intensidade que a produção industrial nos mostra”, segundo informa o ValorOnLine.

“Esse crescimento acontece sobre uma comparação baixa e tem uma questão importante da volta de trabalho após as férias de dezembro”, analisou Macedo. “Não recupera a perda recente e tampouco reverte o desempenho negativo”.

Macedo ainda não vê uma recuperação da indústria nos próximos meses. “O baixo índice de confiança do consumidor, a restrição nas rendas das famílias, na medida que está mais comprometida com dívidas, o crédito mais caro acaba jogando contra, e no cenário econômico internacional permanece num campo adverso devem manter a indústria em trajetória descendente, disse, segundo o ValorOnLine.

Influências positivas e negativas
A expansão em relação a dezembro foi influenciada por duas das quatro grandes categorias econômicas: bens de capital (como máquinas e equipamentos) e bens intermediários (matérias-primas).

Produção de caminhões Mercedes-Benz (Foto: Divulgação)Produção de caminhões cresceu em janeiro
(Foto: Divulgação/Mercedes-Benz)

Os bens de capital assinalaram expansão mais acentuada em janeiro de 2015, ao avançar 9,1%. O resultado foi influenciado principalmente pela produção de caminhões, que teve o maior crescimento desde julho de 2014 (14,7%).

O segmento de bens intermediários (0,7%) também mostrou taxa positiva após sequência de quedas desde setembro de 2014.

Os setores produtores de bens de consumo duráveis, como eletrodomésticos, e de bens de consumo semi e não duráveis, como roupas e alimentos, registraram resultados negativos em janeiro pelo quarto mês consecutivo, com redução de 1,4% e de 0,3%, respectivamente.

Também influenciaram na alta da produção 13 dos 24 ramos pesquisados. O principal impacto positivo veio dos produtos alimentícios, que avançaram 3,9%, eliminando parte da perda de 4,5% acumulada nos meses de novembro e dezembro.

Outras contribuições positivas vieram das atividades de máquinas e equipamentos (7,6%), metalurgia (5,4%), indústrias extrativas (2,1%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (9%). Já o pior desempenho veio de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-5,8%), perfumaria, sabões, detergentes e produtos de limpeza (-4,8%) e confecção de artigos do vestuário e acessórios (-5,8%).

Produção da indústria caiu 5,2% em janeiro de 2015 na comparação com o mesmo mês do ano anterior (Foto: G1)

Comparação com 2014
Na comparação com janeiro de 2014, houve queda nas quatro grandes categorias econômicas, em 20 dos 26 ramos e em 65,6% dos 805 produtos pesquisados. Janeiro de 2015 teve um dia útil a menos do que o mesmo mês do ano anterior.

A atividade de veículos automotores, reboques e carrocerias exerceu a maior influência negativa (-18,2%), pressionada pela redução na produção de aproximadamente 81% dos produtos investigados, especialmente automóveis, caminhões, caminhão-trator para reboques e semirreboques, carrocerias para caminhões, reboques e semirreboques e autopeças.

Outras contribuições negativas vieram de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-6,1%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-23,2%) e máquinas e equipamentos (-10,9%).

Entre as seis atividades que aumentaram a produção, o principal impacto veio das indústrias extrativas (10,4%), resultado impulsionado pelos avanços em minérios de ferro pelotizados e óleos brutos de petróleo.

Lojistam apostam em super ofertas para venda de TVs no primeiro dia do mundial (Foto: Denis Henrique/G1)Menor produção de eletrodomésticos influenciou
queda na comparação com 2014
(Foto: Denis Henrique/G1)

Entre as grandes categorias econômicas, bens de capital (-16,4%) e bens de consumo duráveis (-13,9%) tiveram as reduções mais acentuadas. A menor produção desta última categoria foi influenciada por reduções de jornadas de trabalho e pela concessão de férias coletivas em várias unidades produtivas de automóveis e eletrodomésticos da linha marrom.

Os setores produtores de bens de consumo semi e não-duráveis e de bens intermediários também tiveram queda em relação ao mesmo mês de 2014, de 5,3% e 2,4%, respectivamente.

No caso dos bens de consumo duráveis, bens de capital e bens intermediários, as quedas significam o 11º resultado negativo consecutivo.

A queda na produção de bens de consumo semi e não-duráveis foi o quarto resultado negativo consecutivo na comparação com igual mês do ano anterior e o mais intenso desde abril de 2009 (-6,2%), explicado pelos recuos nos grupos de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (-4,1%), de semiduráveis (-8,6%) e de não-duráveis (-5,5%).

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