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O Empório dos Doces Brito preserva a nossa tradição, na BR 232, km 214, ao lado do Posto BR

A Epopeia dos Doces de Pesqueira: Uma História de Resiliência e Tradição

Era uma vez uma cidade que brilhava como uma estrela no firmamento do Nordeste brasileiro. Pesqueira, abençoada pelo sabor doce que emanava de suas fábricas, ergueu-se majestosa, alimentando o sonho de progresso e prosperidade para seus habitantes. A Fábrica Peixe, um colosso da indústria de doces, foi aclamada com o título de “Melhor Doce do Mundo”, elevando o nome de Pesqueira aos quatro cantos do globo.

O Doce Brito, como uma chama ardente que persiste após a queda da grande fogueira, foi o símbolo vivo do auge industrial que aqueceu a economia de Pesqueira. Durante as primeiras décadas do século passado, este doce transformou a cidade em um oásis de promessa e realização, mantendo viva a chama das caldeiras e das chaminés por um século inteiro.

Em seu apogeu, Pesqueira era mais do que uma cidade; era um farol de modernidade e progresso, com infraestrutura de dar inveja às grandes metrópoles. Cinema, jornais, telegrafo, telefone, luz elétrica, água encanada, bonde, estação ferroviária, aeroporto, escolas, seminário, música, hotéis e um comércio vibrante tornaram Pesqueira uma referência nacional.

As fábricas de doces, como a Peixe, empregavam milhares de pessoas e impulsionavam uma cadeia produtiva que envolvia toda a cidade e a zona rural. O Sr. Carlos de Brito, em um gesto magnânimo, adquiriu uma frota de caminhões da Ford, impulsionando ainda mais o progresso da região. Era como se Pesqueira tivesse descoberto uma fórmula mágica para o sucesso.

No entanto, o destino reservava reviravoltas inesperadas. As gigantes da indústria de doces, como a Peixe e a Rosa, fecharam suas portas, deixando um vazio doloroso na alma da cidade. A queda do império do doce foi um golpe duro, mas não fatal. A chama não se apagou completamente.

Hoje, em meio às ruínas da glória passada, uma caldeira teimosa continua a queimar, mantendo viva a tradição dos doces de Pesqueira. Nas mãos dos últimos guardiões da receita centenária, como o saudoso Sr. Sérgio de Brito, o legado perdura. Uma caldeira do modelo de 1930, alimentada pela lenha da esperança, continua a produzir os doces que outrora encantaram o mundo.

A história dos Doces Brito é uma ode à resiliência, à tradição e à perseverança. Cosidos à moda antiga, no calor das memórias e na essência das tradições, eles representam a continuidade de um legado que transcende o tempo. Enquanto o mundo muda ao seu redor, os Doces Brito permanecem como uma âncora que prende Pesqueira à sua história e ao seu futuro. E assim, a saga dos doces de Pesqueira continua, uma doce lembrança de um passado glorioso e uma promessa de um futuro renovado.

Francisco Mendes Galindo, 07/04/2023.

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